domingo, 29 de novembro de 2009

Salta na poça...


Olho a janela e vejo as gotas da chuva a cair na calçada,
agora encharcada com rios de agua cheia de coisas
que a rua guardou nestes dias...
Com ela, crianças a saltar para as poças e a levar puxões das mães,
que as levam, chateadas... e leva a chuva...
Leva consigo as conversas, os passeios e as correrias de outro dia...
Que ali ficaram à espera da chuva
para poderem sair na corrente da agua que passa...
e leva o que encontra no caminho.
Olho a janela e vejo a chuva de encontro ao vidro,
no fim da vida, que começou lá no cimo,
nas nuvens que passam apressadas
a querer ir já para outro sitio,
este já está... já passou...
Olho à janela e vejo... pessoas
a passar ora depressa, ora devagar
E dão lugar ao vazio das coisas quando fogem da chuva, que molha...
Molha a alma e o casaco... e os sapatos que se encharcam
ao passar pelas poças que criam os rios na calçada
e as crianças que saltam e os rios que passam e levam tudo
o que ficou à espera que viesse... a chuva...
Já cá está... aproveita, não tarda nada chega o verão
e tu nem sequer saltaste na poça, com a criança que tens dentro de ti...

1 comentário:

Anónimo disse...

... e acabaste por perder a oportunidade de te sentires LIVRE, ainda que tão somente por um breve segundo...

Beijinho enorme,
Rita Ferreira