quinta-feira, 6 de outubro de 2011


Se fechares os olhos, estou lá...
És memória presente...
Ausente...
És um ponto de luz no escuro,
um dia tranquilo, seguro
e eu estou quase lá...
E há um ponto de luz presente,
ausente
das coisas que se chamam
complicado...
E se fechares os olhos, estou lá...
E a rua que se fecha ao fim do dia,
as coisas que perdem a graça,
da luz que lhes foge a correr,
a rua ganha sentido
e os olhos, fechados, sorrindo...
Sorriso de uma luz que se vê...
Ao fundo de um caminho preciso,
um gato pardo, e um guizo
que soa num canto de ouvido,
um canto que nem se nota, ou vê...
Mas se fechares os olhos, estou lá.
Num canto, memória, quiçá...
Uma ponta de vento forte,
que se eleva, vinda do norte,
e te beija com um quente de mel...
E sempre que se levante
o medo assim de rompante,
e te faça sequer duvidar
que estou sempre lá...
Pousa a mente inquieta,
num ponto de luz incerta...
Verás um sorriso que é teu.
Se fechares os olhos, estou lá...