quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Poiso

Mais tempo de mudança.
Mais pôr a casa às costas e partir de novo.
Mais sentir o vazio das coisas,
vazias de sentido...
de significado.
Mais ser o que se não quer, só por ter de ser...
Mais fazer o que se deve, só por se dever...
Espiral que só parece descer sem ter fundo.
Montanha russa que nunca mais acaba de cair,
depois de subir, em direcção aos céus.
Tempo de vida que se sente perdida
sem ter um sequer amparo,
um poiso que possa chamar seu...
Mais tempo de mudança...
Mais pôr a casa às costas e partir.
Se calhar para o poiso...
Se calhar não...
Não sei.
E só saberei quando a calma voltar,
e eu me sentar
e me sentir, de novo, em casa...

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Stars


Frio.
Fria noite escura,
de estrelas que brilham lá longe..
Longe onde as não posso tocar.
Em tempos que não posso viver, e brilham
no céu que fito e desejo tocar com a mente...
Mergulho no longe e negro,
segredo do que já não importa...
Não são essas coisas de pensares e dizeres
que me afastam dele...
É o estar longe...
Longe do toque firme da minha mão,
daquela sensação de frio inebriante
que causa arrepios de felicidade...
Como um orgasmo mesmo naquele
instante entre o sentir
e o gritar de prazer.
Como fumar uma ganza
e perder-me do mundo que, obliveo,
corre por baixo das estrelas que brilham...
Aqui... mas de além...
lá longe...
Longe onde as não posso ter...
Nem tocar.
Mas sorrio...
Porque me vêem a mim...
E assim fico bem...

domingo, 20 de dezembro de 2009

Perde-se...

Ganha-se um suspiro,
Memórias de um segredo
que não se guardou do mundo.
Ganha-se uma vida,
perdida no meio de mil
sem qualquer importância.
Ganha-se uma tarde calma de Outono,
a ver as folhas das árvores a cair,
Ganha-se uma calma serena,
de quem se esqueceu por momentos
que o mundo é um menino mau
que insiste em usar-nos
como objecto das suas partidas.
Ganha-se tempo ao tempo
e por um tempo pede-se
um tempo à fúria da vida.
E ganha-se alegria e felicidade
e calma e tranquilidade.
Ganha-se, por instantes, à vida.
E pensa-se que somos imortais,
que podemos tudo...
Para depois se perder...
tudo...
quando chega o fim...
Ganha ao fim e goza tudo
agora...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Perdi


Fugi...
Aguardente morta num copo meio vazio... meio frio.
Xailes velhos que esvoaçam ao vento polar que se aproxima.
Portas meio abertas deixam passar os raios do Sol poente.
Sentado sem eira nem beira...
Devo-me isso pelo menos...
devo-me essa mágoa de esperar que chegue o vento.
Que passe o Sol para lá do mar e ilumine o outro lado do mundo.
Portas meio abertas deixam entrar os outros.
Xailes velhos das senhoras de outrora...
Negros de luto... num negro vibrante que ondula e mostra o vento.
Vasculham por entre as portas abertas por algo que lhes dê vida...
Alguém que, como eu, se sente ali, sem eira nem beira...
E lhes dê o esplendor que tiveram...
Perdi...
Ninguém veio...
Ninguém chegou...
Só o vento polar...
e as portas abertas que o deixam entrar...
E o Sol que irradia o fim da vida...
E eu que aqui... perdi...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Vulto


Fito a rua, agora vazia e morta.
Estou cá fora... faz frio.
Está escuro já, neste dia, fim de Dezembro.
Janelas fechadas nas fachadas cinzentas da rua...
Tudo calmo...
Passa o tempo devagar... devagarinho...
Passa por mim um vulto que não consigo distinguir no escuro da noite.
Passa a correr... envolto na sua vida,
cruza-se com a minha sem sequer se aperceber
e desaparece quando dobra a esquina.
Penso em segui-lo, saber quem é,mas...
e o que encontrarei eu depois?
Que será que está do outro lado?
Quem?
E se ficar aqui e não dobrar a esquina?
O vulto que mal vi, dobrou-a e desapareceu no escuro da noite...
Dobro a esquina...
janelas fechadas nas fachadas cinzentas
que agora se agigantam na minha frente...
Do vulto, nada...
De novo, nada...
Nada de nada...
apenas o virar da esquina
e o olhar este lado do mundo
que agora já conheço...
igual...
O vulto, esse, passou pelo meu lado do mundo e,
pergunto-me se sequer parou por um pouco
para o ver... para saber...
Tinha pressa.
Pressa de dobrar a esquina e, como magia,
desaparecer neste canto calmo da noite fim de Dezembro,
por entre essas janelas fechadas do escuro...
Fechadas do mundo cinzento...
do frio da rua...

Funny

It´s funny how someone can break your heart
and you still love them with all the little pieces...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O que vês?


São só resquícios do que já houve.
Só fugazes momentos, agora longe no tempo e na memória.
São como recordações de quando éramos pequenos
e nos levavam ao jardim para jogar à apanhada.
São daqueles desejos que se deseja com força.
Que se deseja que sejam... que aconteçam.
São alegrias, tristezas... fúrias e medos
que atravessam a mente a correr,
a fugir do nosso momento de recordar...
São como flocos de neve que caem do céu
num dia gelado de inverno...
sem vento nem nada.
Devagarinho...
São desses momentos que guardamos,
nem sabemos bem onde...
Só, que os temos aqui, bem guardados.
São todos e nenhum sentimento.
São tantas coisas e nenhuma ao mesmo tempo
Não sei como escreve-lo...
Quando olho para o infinito
é tudo o que penso,
tudo o que vejo.
Tu?
O que vês?

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Vento


Se fosse o vento, rebolava pelas paginas de um livro
qualquer que estivesse pousado em cima da mesa do jardim
e lia-o de lés a lés, e depois saia por aí a contar a historia
que li a todos que encontrasse pelo caminho.
Se fosse o vento, saia todos os dias do canto do meu mundo e
vinha beijar a tua face com aquela brisa matinal
que cheira a mar e flores silvestres.
Se fosse o vento contava-te as minhas aventuras
por esse mundo fora e mostrava-te o magnifico que ele é...
Se fosse o vento, seria livre para voar e ver o mundo lá de cima
e de certo seria mais belo e simples vê-lo, assim...
Se vento fosse, contente passeava pela curvas do teu corpo
num alegre dia de sol e calor... e praia ao mar...
Se fosse o vento lia os livros que pousam nas
mesas de jardim, só para poder contar-te historias do meu mundo
que calcorreio a trote de um cavalo imaginário.
E ía por ai a pairar pelas pessoas, e por ti e dava-te
um gostinho de mar e flores silvestres
que trago no vento que seria...

domingo, 29 de novembro de 2009

Salta na poça...


Olho a janela e vejo as gotas da chuva a cair na calçada,
agora encharcada com rios de agua cheia de coisas
que a rua guardou nestes dias...
Com ela, crianças a saltar para as poças e a levar puxões das mães,
que as levam, chateadas... e leva a chuva...
Leva consigo as conversas, os passeios e as correrias de outro dia...
Que ali ficaram à espera da chuva
para poderem sair na corrente da agua que passa...
e leva o que encontra no caminho.
Olho a janela e vejo a chuva de encontro ao vidro,
no fim da vida, que começou lá no cimo,
nas nuvens que passam apressadas
a querer ir já para outro sitio,
este já está... já passou...
Olho à janela e vejo... pessoas
a passar ora depressa, ora devagar
E dão lugar ao vazio das coisas quando fogem da chuva, que molha...
Molha a alma e o casaco... e os sapatos que se encharcam
ao passar pelas poças que criam os rios na calçada
e as crianças que saltam e os rios que passam e levam tudo
o que ficou à espera que viesse... a chuva...
Já cá está... aproveita, não tarda nada chega o verão
e tu nem sequer saltaste na poça, com a criança que tens dentro de ti...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

De propósito?


Que cena marada...
Acho que me senti vazio...
como quem vê de repente que se esqueceram de nós...
ninguém deu pela nossa falta.
Fiquei um pouco passado dos carretos...
triste por pensar que alguém
de quem se espera o que se espera,
nos possa pôr assim de parte, fora do mundo...
Tá bem!! Nem sempre se podem lembrar de nós, mas porra!!
Ao menos uma pequena mostra de que estamos aqui,
um açoite na temperas da memoria para que saibamos que,
pelo menos para alguns, fazemos diferença...
Era só isso que eu pedia...
Nem sei se é demasiado o que peço...
Nem sei se o que peço é devido ou não,
mas pelo menos já não ficava aqui,
nesta angustia de saber ou não se essa indiferença
é propositada ou apenas um simples...
"Ah, esqueci-me, desculpa lá meu..."
Sim, já sei...
" Éh pá, acho que estás a exagerar e tal..."
Mas neste momento é o que sinto...
É como me sinto... num vazio tremendo
no meio de um vazio cheio de nada...
E que cena marada... e passo-me dos carretos
por saber que tento nunca esquecer-me de ninguém intencionalmente
e pensar sequer que pode haver alguém importante para mim,
que o faça... a mim... de propósito?
Que vazio...
E vazio maior ainda, quando nos apercebemos de que afinal
nada é como pensámos... nada é o que a nossa mente
desenhou e pôs no pensamento... que vazio o ter
de, em silêncio, pedir desculpas por tudo o que
pensámos de quem o não merecia...
E isto?
Será de propósito?

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Queria


Queria deixar-me destas coisas de pensamentos parvos
e filmes imaginários que me passam pela cabeça.
Queria poder fazer desaparecer da mente aqueles momentos
que juntos passámos e as tardes no parque...
Queria poder controlar aquilo que sente o lado esquerdo da minha alma
e não temer as picadas no musculo maior, de sempre que me recorda o teu sorriso.
Queria dizer-te o Mundo, se não te tivesses tornado surda ao meu grito...
Queria sentir uma calma que sei, chegará,
mas por ora está fora de qualquer mão que a queira alcançar...
Queria deixar-me destas coisas parvas de filmes e pensamentos... e sonhos
que tanto desejam aquilo que por certo nunca acontecerá...
Queria acordar numa manhã fria de agora
a não mais te sentir no canto da minha mente...
Queria só e simplesmente poder passar um dia que fosse
sem que viesses cá dentro e, de novo, como sempre,
me desarrumasses a alma do sitio
onde todos os dias a escondo de ti...
Queria não ter de tanto querer que não estivesses aqui.
Queria não ter de tanto querer não ter...
Queria que te perdesses de mim.
Queria que não me encontrasses...
e assim poderia finalmente descansar
e deixar de tanto querer...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Estranho

Estranho como funcionam as coisas...
Estranho, como às vezes me sinto...
Vazio de sentido para este meio perdido de tudo.
Esquecido neste desenrolar de cordas
a que chamam vida...
Estranho o constante medo da solidão
quando é sós que nos damos melhor connosco...
Estranho, este sentimento de revolta
frenético, que corre nas veias deste
casulo a que chamam corpo...
Estranho, este invólucro de ilusões
que nos leva e traz, e leva e traz de novo...
Como se estivessemos ao sabor das ondas
da nossa existência...
Estranho como sempre caímos no mesmo erro
mas estamos sempre lá, para cair outra vez...
Estranho, o impossível.
Estranho, o improvável.
Estranhos os que nos rodeiam neste circo de vaidades
Estranhos a nós e a si próprios...
E tudo o que é estranho, sempre fascina...
Sempre causa curiosidade...
quanto mais não seja de saber o porquê...
O porquê de tudo o que não entendemos.
Porque quando o entendemos
deixa de ser estranho...


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Gelo


Oculto...
Longe dos olhos se afasta a desconfiança
Longe da mente se defende o coração...
Foge dos sentidos e esconde-se no canto escuro
À espera que o dia corra de feição para sair...
timido e desconfiado
de tudo e todos.
Mas quando sai, lá vai,
assim como quem vê uma criança a correr pela rua abaixo
livre de preocupações e sem saber sequer
que o mundo à sua volta continua cruel, vil e malicioso.
E sem o saber corre-o, até que de repente
uma rajada de realidade lhe mostra os podres,
os pestilentos perconceitos que atrofiam
a liberdade da mente e a atiram de novo
para aquele canto escuro... longe da luz.
Sem ela, desfalece...
Sem ela, já não vale a pena
sair a correr por aí...
Sem ela... o gelo em se torna a vida
afunda-o para dentro do mar...
E não consegue sem ela derrete-lo...
E esse icebergue em que se torna o coração
esconde de todos o quão grande é o gelo
que o rodeia...
E assim talvez consiga de todos proteger-se.
Mesmo daqueles que bem lhe desejem...
Paga o justo pelo pecador...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Céu


Fiz um desenho no céu que fitei após terminar.
E da forma como o fiz, fiquei sem palavras para lhe dizer que não.
Desenhei uma imagem no meu céu de hoje que,
ainda que bela, não era a que desejara.
E fiquei ali... a olhar para ela e a ver
aquilo que queria mudar mas já não podia.
Fugi dali para que ninguém soubesse que era eu o autor...
Fugi e corri por todos os lugares onde houvesse algo
que me pudesse aproximar das nuvens
e assim talvez houvesse caminho para chegar perto
e apagar o meu desenho errado.
Mas nada... nada de lugares perto das nuvens...
perto do céu, onde pudesse desfazer o desenho...
E nada me fazia crer que as pessoas e o mundo
olhassem para ele e gostassem.
Mas depois de muito correr e muito cansar
em busca de algo para corrigir, vi que ninguém o viu...
ninguém sequer reparou no desenho que fiz no céu e fitei após terminar...
E sorri com um sorriso malandro
de quem se escapou de levar um raspanete.
E fitei de novo o desenho e fiquei sem palavras para lhe dizer...
Fiquei ali aqui a fitar o meu erro no céu...
que deixou de ser erro, porque ninguém o viu...
só eu...
E para mim sorrio e digo que se calhar... já não é errado...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

... !!


Na verdade nem sei porque escrevo isto hoje.
Pensei que fosse difícil fazê-lo, especialmente
porque hoje não tenho nada na cabeça para transcrever para o papel.
E se não fosse esta vontade parva de satizfazer o meu ego,
não teria escrito absolutamente nada, hoje.
Mas cá está.
E não é sobre nada em especial... nem sobre ninguém...
É só e apenas o pôr em letras o que tanto me
chaga o pensamento, hoje, distraído de tudo.
E até nem sei porque escrevo... o que escrevo...
Para dizer talvez que já tenho mais um texto?
E que importância tem isso?
De certo, quem o ler, vai pensar o mesmo que eu:
"...Que parvoíce!!!"
Pegada parvoíce, pôr aqui um amontoado de letras
que nos fazem ler, para depois chegar até aqui e ver
que não faz sentido nenhum...
Tempo desperdiçado a ler o texto, a escrevê-lo,
só porque assim já tenho mais um texto.
Na verdade, o pouco que tenho hoje na cabeça
atesta o aborrecido que foi o dia,
sem nada de realmente relevante
com que possa pensar ou dizer:
"Realmente, hoje foi um dia bem produtivo!!"
Não... nem isso... nada...
Hoje foi... nada!
E um nada um tanto ou quanto aborrecido...
Aborrecido ao ponto de ter escrito tudo isto só porque...
...Não sei o que escrever...


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

No canto do coração


Ali ao fundo está a tua indiferença.
Pensas que me importa ainda?
Pensas mal...
Tempos houve em que essa indiferença
me crivou o lado esquerdo da alma
com balas de dôr e magoa.
Mas essa magoa e dôr não foram
suficientes para me derrubar.
Ali ao fundo está a tua indiferença.
Sofri, e muito , com o que aconteceu,
e sinceramente não sei ainda
se algum dia entenderei a razão
pela qual tudo foi dito, tudo foi feito.
Mas agradeço o facto de teres feito parte da minha vida.
Agradeço-te porque me ensinaste que nem todas as pessoas
são quem dizem ser.
Ali ao fundo está a tua indiferença.
Agora, de longe olho para lá,
apenas com a curiosidade de saber
o que passou pela mente tua e minha
e nos fez tomar as decisões que tomámos,
só curiosidade...
Ali ao fundo está a tua indiferença
Se for como tu. vou voltar-te as costas
e fingir que te não vejo quando vir...
Mas sabes que o não farei, pois não sou como tu...
De mim não terás nunca indiferença.
Este coração que bate por mim,
guarda um canto nele que é teu.
E enquanto te tiver no canto do coração
serás sempre alguém que merece tudo...

domingo, 25 de outubro de 2009

Abstracto



Paro o que estou a fazer e olho este céu nublado de Outubro.
Atrás de mim, falam numa lingua que não entendo.
E ao mesmo tempo, outros passam por mim e olham...
e desviam o olhar quando retribuo.
Só posso imaginar o que paira nas cabeças desta gente
que se cruza comigo, e eu, no caminho desta gente,
que pensa o que não sei... e gostava...
O céu cinzento por cima de mim ameaça com a chuva
e passa, devagar, numa direcção incerta para o horizonte...
Pergunto-me se mais alguém o vê como eu...
Atarefados e ofuscados com as suas vidas,
logo se apressam a abrir os seus carros, a entrar e arrancar,
como se já estivesse tudo visto, tudo feito.
Tocam os sinos da igreja... são quatro da tarde...
Ontem por esta hora já eram cinco...
E se calhar não tinham tanta pressa ontem,
em entrar nos carros e a sair,
como se já tivessem visto tudo...
feito tudo...
E falam numa lingua que não entendo,
coisas estranhas...
pelo menos para mim... e passam por mim
e olham-me,como se me conhecessem
de algum lugar ou tempo distante,
mas tivessem vergonha de me vir falar...

sábado, 24 de outubro de 2009

Desperta


Desperta...
Como se fosse a primeira vez,
abre os teus olhos e repara...
Vê... e olha com calma e atenção.
Desperta,
sempre atento ao mundo
que gira sem nunca sair do lugar.
Sem nunca saires do lugar,
salta fora e fora tira
tudo o que te faça peso
e te não deixe voar
para onde possas despertar...
Desperta...
e leva contigo o que queiras
para dar aos outros...
aos que por ti nutram um carinho
igual ao que pulula ai dentro
Desperta...
e conhece o teu caminho,
e conhece quem queiras que caminhe ao teu lado...
e pede-lhes que caminhem contigo
e mostra-lhes o caminho que escolheste
e com eles caminha e vai,
Desperta...
e desperta-os a eles...
E quando eles acordarem ,
vão querer provar um pouco
dessa enebriante alegria e vontade
que tu tão carinhosamente
partilhas com os que caminham contigo.
Por isso e só por isso...
Desperta...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Vê se resulta...



Detesto não ser dono do que sinto.
Sei que não há emoções que nos destruam,
mas há-as que nos ferem e magoam de tal forma
que por muito que queiramos nem sempre conseguimos afastar de nós...
Hoje foi um dia triste...
se calhar a chuva fez das suas ao torná-lo cinzento e sensaborão,
mas de qualquer forma não a posso culpar.
Afinal também de dias de chuva se faz a minha alegria.
Porque será que às vezes temos a tendência de culpar
o tempo pelas tempestades que vão na nossa alma?
Hoje fiquei um pouco mais pobre...
e o que perdi nada mais foi do que alguma auto-estima,
que de certo recuperarei mais tarde,
mas não implica que agora me tenha afectado.
Agi de uma forma que agora talvez ache errada,
mas na altura pareceu-me acertada..,
Seja como fôr, está feito e não há volta a dar...
Só tenho pena de não conseguir,
como alguns, ser dono do que sinto
e a meu bel prazer enxutar para longe
tudo o que me altera a razão do pensamento...
Tenho pena de, como alguns,
não conseguir erguer uma muralha de pedra entre mim e os meus sentimentos
Poderá ser algo de bom... mas agora faz-me mal...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Gosto


A noite cai, silenciosa e fria por entre as luzes
agora acesas da cidade que olho pela janela...
Consigo ver ao longe o crepusculo
que ainda resiste ao avanço do escuro que chega...
A televisão debita sons malucos no fundo da minha mente,
mas aqui, a ver o mundo a meus pés nem consigo assimilá-los com deve ser..
Estou demasiado embriagado neste fim de dia...
Pela primeira vez na minha vida gosto do fim do dia.
E não gostava...
detestava-o de morte, este fim de dia...
em que não se consegue dizer que é dia ou noite...
Em que a televisão debita os sons sem que os ouçamos como queremos...
Não gostava e continuo a achar que não gosto, mas hoje...
hoje creio que é especial...
se calhar é da luz...
ou do frio que faz à janela...
estou do lado de fora e sinto o frio do outono...
sabe bem...
E nem a televisão me chama para dentro.
E o odor da rua é bom...
E a rua parece viva...
E eu fico do lado de fora da janela a beber de tudo isto,
e a embriagar-me com este fim de dia...
Traz-me calma... dentro da confusão...
Calma dentro da confusão. Dificil encontra-la assim...
E hoje parece que consegui...
Se calhar é por isso que estou a gostar...

domingo, 18 de outubro de 2009

Decide tu

Deixei o frio lá atrás
dentro de algo que, pensei...
pudesse aguentá-lo por tempo indefenido...
Sentei-me neste banco gelado de inverno no jardim...
E, só, olhei o céu... nem eu nem ninguém
Assim... simples demais para se complicar.
Afinal o complicado são só coisas esquesitas que servem apenas para nada...
Nada é aquilo que se tem quando tudo o resto
nos foge por entre os dedos,
só porque não sabemos fechar a mão...
Deixei-o dentro de alguém
que me fugiu, e ainda bem,
pois levou todo o frio que lá pus.
E todo o frio é tudo o que se levou se mim...
e foi tudo, no momento...
e eu pensei-me vazio da alma.
Mas acordei e tinha tudo afinal...
Tudo o resto fica...
para quem queira de mim ter mais que não só frio...
Deixei-o num sitio de que já não me lembro.
Tolda-me a imagem, a mente minha,
não consigo alcançar de novo esse frio que me causaste,
E mesmo que o procure, ou a ti pelo mundo...
Mesmo que passe por ti, não te vou ver... nem ao frio
que me assolava de sempre que resolvias virar
o meu ser de pernas para o ar...
O meu frio é contigo...
Não preciso...
Não quero...
Faz-me falta esse frio
E tu... Bem, tu tambem.
E só vou esperar
até que mo tragas,
mas, decide tu!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Deita-te


Deita-te...
e dorme.
Ou então, deita-te e,
de olhos abertos olha à tua volta
e vê com olhos de ver o que te rodeia...
Deita-te,
pensa no que corre a tua mente...
Deita-a contigo,
dá-lhe um pouco de descanso...
Mostra que tambem tu sabes quando
parar nem que seja por um segundo,
e admirar o percurso feito até aqui...
Deita-te,
só ou com quem ames...
Dá a chance a quem te quer bem,
de o demonstrar da forma mais bela que há...
Deita-te
e aprecia a paisagem...
Com calma, viaja pelas curvas e declives
do vazio de pensamentos...
Medita e livra a mente das delusões que assolam o teu dia...
nem te passa pela cabeça a viagem alucinante que é
um pouco de calma e tranquilidade...
Deita-te
e aprecia a viagem...
Se estiveres bem contigo...
venha quem vier, ninguém te vai levantar do puro prazer
que é estar no mundo sem que se esteja...
Parece impossivel?
É serio o que digo, não acreditas?
Então esvazia a tua mente e...
deita-te...
Vá, deita-te...

domingo, 11 de outubro de 2009

Serei Eu?
Dentro desta imensidão de seres que me rodeia...
dou por mim a pensar em coisas que não devo.
Sento-me à frente do azul Oceano e admiro a sua passividade...
Guardo para o Sol o prazer de o tocar nesta tarde quente de Outubro.
Serei Eu?
Que me espera na frente do mar?
Quem me espera no depois que ele engula o Sol?
Faço meus os dedos do mundo e com eles toco na agua fria...
pensamentos de tudo e todos afluem como um rio em furia...
Será meu o toque, ou de todos?
Que penso eu?
Coisas estúpidas que me vêm à cabeça
e me atiram a mente para perto da parvoice...
Serei Eu a pensar assim?
Ou será o mundo que pensa assim como Eu?
Tantas perguntas e indagações...
Estou cansado... deve ser isso...
E o cansaço atira a minha mente para fora de pé
e como a mente não sabe nadar,
quase me afogo neste mundo atroz de pensamentos esquesitos.
Quem senão tu para me dar essa mão amiga no fim de um dia de loucos.
Quem senão tu para me fazer crer que vale a pena contar com os outro, afinal...
Se não fosse isso, seria mesmo Eu?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Escreve


Escreve...
Expime em palavras o teu dentro.
Faz com que possam os outro ler o que sentes.
Ainda que o não entendam como tu,
escreve...
Põe cá fora os teus medos...
Faz com eles aquilo que fazem contigo...
Deixa-os à mercê da vida
e da crueldade dos outros.
Dá-lhes um pouco do seu veneno...
Escreve...
Partilha com quem amas esse amor sem limites
que tanto insistes em prender dentro do teu peito,
como que com medo que saia e teime em não voltar...
Escreve...
Faz palavra o teu pensamento,
já que fazê-lo voz não consigas... ou não queiras...
Torna real a ilusão que te assola a mente
e te leva onde desejas... ou não...
Hoje! Fá-lo hoje... agora que eles estão ai à porta,
prontos para sair directos para a folha de papel.
Escreve...
Escreve o teu ser...
Escreve a tua alma e espelha-a no sentido da vida
e assim... assim talvez consigas que te entendam
e até, quem sabe, te aceitem.
Escreve...
Ao escreveres estás a dar futuro aos teus pensamentos
e por pouco que seja, será por certo
uma razão de existir...
Porque se o não fizeres, eles vão ficar aí...
só para ti...
e eventualmente cairão no esquecimento...
E que morte mais atroz é aquela de desaparecer
sem que ninguém note a nossa falta...
Escreve...
Dá coragem ao que pensas,
de poder voar para fora de ti
e pelo mundo fora tocar quem precise...
Escreve...
porquanto o fizeres estarás em vida sempre que te leiam....

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Bom proveito


Deixo aqui os meus desejos.
Vislumbres de algo que algum dia, alguém sonhou serem seus...
Sentimentos de qualquer coisa que já passou por aqui...
Deixo-os para alguém que os queira apanhar, e com eles, de novo tentar... como tentei...
Aqui ficam... inertes e desprendidos de qualquer coisa que os agarre e puxe de novo para mim...
Deixo aqui tudo o que já me não faça falta...
Deixo tudo... até o meu coração, que à força,
deste ser, foi arrancado do seu estar,
simplesmente por estar.
Tudo o que há já tempo, me mantinha debaixo do chão...
à espera de ser descoberto.
Agora sou diferente... aprendi?
Não sei... mas sei que agora já não quero o que queria, agora já não sou o que era,
agora não é há pouco, nem vai ser daqui a pouco... agora é agora...
Não mais serei escravo das minhas próprias ilusões.
Não mais serei tentado a servi-las,qual escravo das emoções,
que sempre espera e nada alcança.
Aqui tos deixo a todos... os desejos que meus foram...
talvez a ti te agradem por não seres como eu...
Talvez a ti se mostrem e se realizem...
Talvez a ti te façam mais falta...
E ficarei contente se assim for...
Não serão desejos em vão.
Não serão desejos sem rumo.
E sim vislumbres de felicidade que a alguém dão proveito...

Bom proveito...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Sempre... Miguel Torga


" Recomeça, se puderes, sem angustia e sem pressa...
E os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade...
Enquanto não alcances, não descanses... de nenhum fruto queiras só metade
E, nunca saciado, vai colhendo ilusões sucessivas do pomar
Sempre a sonhar e vendo, acordado, o logro da aventura
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura, onde a lucidez te reconheças..."

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Mel


São nove horas...
E a cada hora que passa espero, desespero...
sozinho com a nevoa que me começa a envolver...
São nove horas...
E eu aqui espero por ti...
por um pouco de mel que me possas trazer,
por um pouco de doce que são as tuas palavras
um pouco de ti sempre é melhor que nada...
São nove horas...
Olho para o relogio e sei que são horas...
O dia cai em espaço sem fundo...
e arrasta consigo a noite,
que carrega de pontos brilhantes o céu outrora azul...
São nove horas...
Há horas atrás olhava para este ponto e sentia-o longe,
lá longe, distante de poder acontecer...
e queria-o como quero o ar que respiro...
São nove horas...
O som do comboio que parte da estação à hora certa...
São nove horas...
O resquicio de dia que me foje pelos olhos...
São nove horas...
O brilho das luzes feias e fracas da rua,
cada vez mais vazia de gente... de vida...
São nove horas...
e a cada hora que passa, eu te espero e desespero,
porque passa a hora e tu não vens...
São nove horas...
já esperei demasiado...
vou sair de mansinho deste meu sonho mau
e sem que ninguém veja a minha mágoa,
entrar pela rua agora vazia de sons...
de sentimentos...
Só...
ela e eu,
fundimo-nos no escuro da noite que cai...
São nove horas...

Tempo que faz


Quero que voltes... tempo,
mas tenho medo do que te posso dizer se o fizeres.
Por isso é melhor que sigas
o teu caminho sem olhar para trás.
Quero que sejas outra vez,
tenho tantas coisas para te dizer...
e se calhar nem todas são boas,
por isso é melhor que cada um siga o seu caminho...
Quero abraçar-te mais um pouco,
quero dar-te mais deste amor que sinto por ti...
mas tenho medo dele,
por isso fica por ai e não venhas...
Ou então vem,
não vá eu perder a cabeça de vez e dizer-te
alto e bom som, que te adoro de tanto te amar...
Quero que venhas...
ou que me digas que vens.
Mesmo que o não faças e me enganes,
quero que voltes...
Quero tanto que voltes...
Tanto que o não quero e pronto!!
Ilusão de delusões que se
esfumam num simples olhar...
Quero que voltes, mas sei que é impossível voltares.
Só queria entender porque é que continuo a querer que voltes...
Não acredito em impossíveis.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Calma?


Dedos desprendidos que se movem pelo ar e desejam tocar algo...
Algo que se sinta e se delicie com o seu toque.
Toque de seda... suave e fresco como o ar que toca os dedos...
desprendidos...
Desprendidos pensamentos que voam ao desbarato
pelo recanto imenso da mente.
Mente que perde o sentido e a razão...
que perde o seu tempo
sempre que se encontra no limbo das emoções...
Emoções que nada mais são do que ideias soltas
que enganam e magoam a mente...
Mente que torna fria a dor,
que transforma em angustia a calma
e revela o medo da incerteza...
Incerteza do não sei bem de quê,
não sei como, nem quando... onde?
Onde te encontras calma minha,
que partiste há já tanto tempo e teimas em não voltar...
Volta, mas depressa volta,
para que te possa de novo sentir e vibrar
com a sensação bela que é ser-se feliz...
nem que seja por um tempo em que se não sinta...
Sinto... com os dedos desprendidos que se movem pelo ar...
sinto a calma que tenta voltar
mas na minha mão os dedos estão zangados uns com os outros
e com a mão aberta não te consigo, calma, alcançar...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Faz de conta


Vida de faz de conta,
despe o preconceito das coisas.
Faz crescer dentro de nós
o que faz sempre sarar as feridas da vida.
Sem nada que o preveja, arrebata o coração das pessoas
e leva-as para onde mal não surja.
Vida de faz de conta, faz de conta que todos somos um...
Faz de conta que todos somos iguais.
Faz de conta que ninguém merece viver num sonho mau.
Faz de conta que o mundo vive em função de todos
e que de todos fazem correr o mundo...
Faz de conta que não faremos nada que
prejudique a terceiros na busca pela nossa felicidade.
Faz de conta que tudo não passa de algo sem importancia,
passageiro neste lado da vida, e que ela nos transporta
para o que é real... no sonho em que transforma, às vezes
este lugar de terra mundo...
Faz de conta que as pessoas se apercebem
assim... de repente,
de que o mundo este é finito
e precisa de nós agora mais do que nunca
e que a felicidade que se busca com tanto sacrificio
está aqui... no nosso âmago
Faz de conta que elas sentem
o que está cá dentro...
dentro de cada um de nós...
Faz de conta, vida, que dentro de nós,
todos encontramos respostas para que as nossas buscas
nos ensinem a despir o preconceito das coisas...

domingo, 20 de setembro de 2009

Não consigo


Escrevo estas linhas para ti.
Para que saibas que agora estou tranquilo...
Escrevo-tas apenas porque quero e não porque o tenha de fazer... ou o dizer...
Escrevo porque me apetece e não porque ache que é obrigação.
Escrevo para que leias... para que percebas...
Para que ao ler estas palavras possas delas tirar algo...
Algo que sirva o seu propósito.
Penso no que escrevo?
Não... claro que não... nem sequer penso no que digo ou faço...
vou lá agora pensar no que escrevo?
O que escrevo está aqui e por aqui consegues conhecer-me bem...
ver e sentir a minha mente que divaga
por estes esboços daquilo a que chamam textos...
Escrevo a minha calma... no meio da tempestade.
Escrevo a minha dor... no meio da maravilha
Escrevo a minha dúvida... no meio da certeza.
Mas o que escrevo, quando escrevo é o que sinto quando o sinto...
sem pensamentos, sem regras que ditem seja o que for...
Escravo da escrita, só porque me custa dizer-te com todas as palavras
aquilo que vem cá dentro...
Mas escrevo porque quero... quero que saibas por escrito...
tudo o que te quero dizer e,
não sei porquê,
não consigo...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Benficaaaaaa!!


Move multidões e leva à loucura, quer seja para o bom quer para o mau.
Une corações e dá alegrias e tristezas assim como quem dá com uma mão e tira com a outra...
Eleva aos píncaros da perfeição tão depressa como roça o fracasso.

Um espectáculo a nivel mundial que mexe com economias e potencias financeiras.
Traz à fama e à ribalta quem não tem nada senão habilidade com os pés
Dá fortunas a ganhar quando a sorte e a pericia se unem numa só...

E mesmo que não se goste do jogo, não há nada como estar no estadio e ve-lo cheio de gente a vibrar uns com os outros... com a equipa.
E mesmo sem estar lá, estando longe, sentado em frente à tv, espero pelas alegrias e pelos prazeres que me possa trazer...
Sentado com a cerveja num lado e os amigos no outro torcemos, cada um por si, cada um pelo seu...
E ganhe quem ganhe, o importante é o sentido de alegria e união que traz este desporto rei.

O bom que é ir ao estadio e sem se conhecer ninguem no inicio, no fim já se vem com um ou mais amigos...
Amigos dos copos , é certo, mas mesmo assim, amigos que naquele instante te alegram e afastam de ti a tristeza e raiva que possas eventualmente sentir...
É esta a magia do futebol...

A magia de teres uma mulher que ames e que seja da equipa rival...
A magia de separar em alegria e fair play...
A alegria de recriar as batalhas de antigamente sem que seja preciso haver violência e armas que matem e firam...
Magia dos dribles, dos golos e da alegria de os celebrar.
Magia das bancadas coloridas e vibrantes de massas que se unem com o propósito de apoiar...
Magia do bonito que é veres um avô a levar um seu neto à 'bola'...

Gosto desta 'bola' e gosto sobretudo de uma equipa em especial...
No meu coração corre um sangue vermelho... vermelho Benfica...
E mesmo que siga nesta vida, vou sofrer e sei, mas serei sempre vermelho Benfica... afinal e tal como diz uma voz da minha vida...
O Benfica pode não ser o melhor... mas é e será sempre o Maior!!

Faltas-me


Aquele sentimento de saudade...
Saudade é ao que chamam o recordar de bons momentos do passado,
de pessoas que passaram pelas nossas vidas e deixaram a sua marca...
Saudade é ao que chamam aquele aperto no coração que o faz doer
aquela dor esquesita que nunca conseguimos descrever...
Saudade é ao que chamam aquela vontade infinita de querer que tudo se repita
ou pelo menos que se realize...
Saudade é ao que chamam a ausência de algo que nos faz falta.
E algo me falta hoje...
Que falta me fazes, nem fazes ideia do que sinto
de cada vez que o meu pensamento vagueia pelos momemtos passados,
pelas noites vividas, pelos beijos... os abraços...
Que falta me fazes sempre que fecho os meus olhos e sinto que sorris para mim...
Que falta me faz o sentido das coisas e a maneira de ser do mundo
que agora me é estranho
E vou ter de aprender a conhecer este mundo, sem graça, onde não estás...
E até é errado o que digo, porque o mundo tem graça e faz sentido,
mas com os olhos fechados e aquele sentimento de saudade
é dificil que ele te vença...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Que dia...


Tenho um pressentimento de que as coisas vão correr diferente.
Há algo de diferente na maneira como comecei a pensar...
É só um pressentimento mas sabe bem... como já não sabia há algum tempo.
Hoje foi um dia especial... acordou estranho... comigo a ouvir o som da trovoada e a pensar; "Mas que raio é isto?"
Fui à janela e vi o céu limpo... "Bom..." pensei..." estás a ouvir coisas... andas bonito andas!!"
Mas a trovoada lá estava e bem real... as nuvens aproximavam-se por trás da casa... só me apercebi quando um clarão iluminou tudo à minha volta...
Fiquei mais feliz... gosto de trovoada...gosto de chuva, e relâmpagos sei que pode ser perigoso mas o prazer de os ver a estatelarem-se contra o chão molhado... aquela luz de branco celestial... aquele som poderoso a tomar conta dos nossos ouvidos... aquele cheiro da terra acabada de receber a chuva...
Que inicio de dia fantástico...
Depois o resto foi só deixar correr.
E surpreendentemente tudo o que até agora me deixava triste e cabisbaixo, pareceu mais mesquinho... distante, cada vez mais...
Isso deixou-me triste e ao mesmo tempo contente. Triste porque não esqueço nem esquecerei nunca o meu passado...
Contente porque finalmente começo a ganhar forças para largar este passado que até agora não queria largar...
E há alturas na vida em que temos de aprender com erros que cometemos e largar o passado onde ele pertence... no passado...
Pode ser o inicio de algo bom... não sei... só sei que hoje quando acordei o dia me deu uma prenda de que não estava à espera...
Há já muito tempo que não via nem ouvia aquele que é o melhor espectáculo que a mãe natureza me pode dar... e foi delicioso...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sós

Existem momentos na vida em que pensamos se realmente vale a pena estarmos rodeados de gente, quer boa quer má, que nos faz tomar decisões acerca da vida, que é nossa, e que alteram o percurso dela, por vezes, sem que reparemos...
Existem momentos em que me apetece sair desse meio de gente... momentos em que gostava de ser um só no meu mundo, só para tentar perceber se realmente fazem assim tanta falta.
Não me interpretem mal, não quero com isto dizer que não goste da companhia, da ajuda e da amizade que as pessoas me dão, mas... não sei... às vezes, se calhar fazia bem às pessoas estarem um pouco de tempo sozinhas... sem ninguém no mundo... só elas e o mundo...
Creio que seria bom para cultivar dentro de nós um tipo diferente de tolerância, um tipo diferente de paciência para com os outros...
Seria mais fácil pormo-nos no lugar das outras pessoas e entender a forma como agem em certas alturas.
Todos deviam ter esse prazer... o de estar sós no mundo... talvez assim aprendessem a ver a vida de outra forma... mais tolerante...
É o que eu penso...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Revolta


Resto de dia que começa a desfalecer, o sol mergulha no horizonte castanho, céu de fumo.
Fumo de infernos que se desabam por esse Portugal fora e o deixam marcado de negro e morte.
Negros como a noite os campos e matas que outrora ferviam de vida... e porquê?
Por um punhado de euros... por uma casa nova... por um simples prazer de ver arder?
Não entendo nem compreendo alguém que possa sequer pensar em cometer tal acto...
É-me doloroso ter de saber todos os dias... todos os anos, que um pouco mais do belo deste país desapareceu nas mãos sujas e merdosas de pessoas que destroem por prazer... por dinheiro...
Metem-me nojo!!
Perdoem-me a sinceridade mas tenho por principio a preservação do que é belo para que futuras gerações possam apreciar o que eu apreciei...
Gostaria de poder dar aos mais novos o prazer de ver uma floresta em pleno... Cada vez mais é impossível fazê-lo neste Portugal ferido e traído pelo seu povo...
Bravos aqueles que a troco de nada arriscam as suas vidas para que se possa salvar algo...
Bravos aqueles que a troco de reclamações de tudo e todos tentam combater este cancro...
É para eles que escrevo... e para vocês também, para que abram os olhos para esta realidade e tentem, como eu salvar um pouco do verde que ainda nos resta...
Ajudem o nosso país a libertar-se desses filhos da puta que só pensam no seu umbigo...
Portugal somos nós... todos nós...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Erros


Escrevo e risco...
...e escrevo e risco...
...e escrevo, e volto a riscar...
Não consigo encontrar palavras...
palavras que descrevam... palavras que expliquem... que sintam.
Não consigo sequer encontrar motivos
E são muitos... imensos... tão grandes foram e quão mal fizeram.
São motivos de palavras que não existem, não podem descrever-se.
Palavras que não têm motivo senão o de não existir...
E são sentimentos de raiva e frustração, aqueles que vagueiam perdidos por aí.
E são maus esses instintos de protecção que fazem agir da forma mais vil e cruel...
E é grave o que se faz... o que se diz, sem pensar, ou pensar não errar...
Mas erra-se e de uma forma tão simples um erro pode deitar tudo a perder...
E erros pagam-se caros...
Erros atingem-nos como uma valente chapada dada pela mão pesada da vida.
Sei que errei... sei que erraste, afinal de contas que somos nós senão humanos?
Do erro aprende-se... ou pelo menos tenta-se aprender... porque os erros fazem parte da vida que se constroi... é assim...
Se não houvesse erros a cometer éramos perfeitos.
Perdoa-me meu amor... mas o perfeito não existe.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009


Agora caminho pelo deserto.
Longe de tudo e de todos, caminho.
Faço os meus passos longos e arrastados.
para que o caminho que fiz se note nesta areia.

Areia quente e desoladora que me fere os pés.
Neste lugar está frio... um frio que só se sente
dentro de mim e que se apodera da minha mente.

Faz-me pensar em coisas más,
coisas em que não queria acreditar.
Coisas que me levam à loucura e que me matam o espírito...
Sim porque o espírito também morre, às vezes...
E quando morre leva consigo tudo aquilo em que acreditámos no passado.

Eu acreditei... e queria continuar a crer...
Mas este deserto onde me perdi está frio... gelado... e a areia queima os meus pés...
Queimam-me os pés e no entanto está frio... gelado no meu ser.
Tão frio que me tira a força para continuar...
Mas não posso ficar aqui, não quero ficar...
Tenho de o percorrer... só assim sairei do deserto por onde agora caminho...

domingo, 28 de junho de 2009


No canto escuro da noite vejo-te, despida de tudo o que te cansa e estraga
Ali, pareces tudo o que de bom se espraia nesta vida minha, muitas vezes sem sentido
Ali, sinto a calma que percorre o teu seio e te leva para longe de tudo o que te destroi
Ali, olho a tranquilidade com que o teu rosto enfrenta o canto da noite escuro...
Ali apercebo-me de que aqui estou, a teu lado, olhando-te e ao mesmo tempo tão longe me encontro de ti e tão perto te sinto...
Ali, sei que a teu lado sou e serei cavaleiro sem medo e com minha lança sem receio enfrento tudo e todos porque sei... sei e sempre soube que ali... ali somos uno...
Ali sou contigo...
Ali és comigo
Ali somos...
Ali podemos enfrentar o canto escuro da noite...
tranquilos...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Se quiseres

Se não estou é porque sou longe em pensamentos...
Se me esqueço passo por incompetente no desafio de um ardor que é a vida...
Se passo pela fresta da porta que me separa de ti é porque tento a ti chegar...
E sem que o consiga continuo a tentar.
E mesmo que não mereça o chão que piso, sigo pelo caminho que sei que é certo...
Esse caminho por onde tento passar é o comandante do meu ser.
O caminho este que percorro leva-me ao futuro que me é incerto...
O futuro que desejo é aquele que mais dificil se me depara,
e esta confusão de sentimentos é venenosa e traiçoeira...
O antidoto está lá... no caminho que se depara à minha frente.
Se não o encontro, não é porque não o conheça mas porque não abro os meus olhos para o ver...
E se o não fizer vou para sempre ser um escravo destes travões que me param sem que o queira.
Posso dar a volta por cima?
Se quiser sim, mas tenho de o querer... e quero mas não sei como... ajuda-me por favor...
Ensina-me a ser o Ser que mereco... o Ser que mereces que seja... se quiseres.

sábado, 18 de abril de 2009

O grito da alma

Pensa... pensa no incessante desespero que é ser-se impotente para mudar...
mudar assim, só porque se quer e se deseja, mudar de uma forma que nem tu conheces ou sabes sequer se é possível...
Mas é... e tu sem que o saibas assim, por fora, sabe-lo por dentro e sempre o soubeste.
Sabes que a descoberta da alma se faz sem mudança e que a alma nunca precisa de ti...
Nem eu preciso de mim...
Nem eu sei de mim e quando me procuro, aquilo que vejo é o que tu e a alma me mostram e não gosto... não gosto de mim assim e detesto aquilo que origino.
Por isso, e não por ti... por isso, mudo... e essa mudança vai trazer consigo o inicio de uma etapa que até pode ser igual, mas será sempre diferente para quem a queira olhar com olhos de esperança...
Longe... bem longe daqui seremos outros e veremos essa etapa como uma passagem da vida que se gastou e serviu o seu propósito.
Mas quero que penses... pensa na imensidão do que pedes e responde aos apelos da alma quando ela te gritar de surdina... lá no fundo do teu ser...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

És o meu mundo

Quando a chuva e o vento te baterem na face
E todo o mundo parecer desabar em ti
Eu vou oferecer-te um ombro acolhedor
Para que possas sentir o meu amor

Quando as sombras da noite e as estrelas aparecerem
E não tiveres ninguém que te seque as lagrimas
Eu vou dar-te alguma côr
Para que sintas o meu amor

Sei que ainda não decidiste a tua vida
Mas, consciente, nunca te deixarei mal
Sei-o desde o momento em que nos unimos
No meu coração estás em lugar especial

Corro, salto, ando por todo o mundo
Se caso disso fôr
Não há nada que eu não faça
Para que sintas o meu amor

A estrada que temos pela frente é desconhecida
E assolam o precurso ventos de tempestade
Mas sabes que isso faz parte da vida
E juntos alcançamos sempre a felicidade

Sei que te posso fazer feliz
Talvez não realizar os teus sonhos
Mas vou até ao fim do mundo buscar-te uma flôr
Só para te mostrar o meu amor...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Senti...

Nada me rouba o que sinto.
E sei o que sinto.
Mesmo que o longe me enfraqueça e me torne triste e furioso, sei que o que sinto é real e isso ninguém me tira.
Sei que o que faço nem sempre é o correcto.
Sei que o que sinto nem sempre é o desejado.
Sei que sou transparente e não consigo esconder o que sinto.
Sei que o meu ser é imperfeito e que sempre me detectam as falhas.
Sei que nem sempre sei o que faço.
Mas sei que amo.
Sei que quero.
Sei que sinto.
E sinto que fico fraco quando no meu caminho, as pedras me fazem tropeçar.
Até agora não caí porque sinto que estás lá para me apoiar.
Sinto que estás aí...
Sinto a tua falta...
Nunca me senti antes assim...
Nunca me deste razão para isso...
Sinto agora... tanto...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Feliz da vida

Ter-te comigo é uma lufada de ar fresco na manhã quente de um dia de verão...
É que nem um sopro de luz na terra acabada de acordar...
Deixo-me levar por essa brisa que sopra com suave odor de felicidade e alegria e me leva...
para onde, não sei, mas tambem não temo o destino...
não temo nem o destino nem a viagem...
e tenho a sensação de que a viagem vai ser uma coisa louca...
Respiro esse ar de cores e luz como quem dele precisa para viver e encho os meus pulmões...
e o ar que corre no meu corpo corre sem nexo e desgovernado
e dá-me cosegas aqui e ali... e eu sorrio
e este sorriso rasgado invade a minha face,
e quem me veja por aí, a voar baixinho com este sorriso tolo na cara
nem sequer sonha que é todo culpa tua,
que me arrebatas do chão e me levas em teu sopro para além do feliz da vida...

Entendam...

Hoje quero escrever sobre tudo e tudo me vem à cabeça em desordem...
Chego a escrever cinco ou seis linhas para depois apagar tudo, porque li e não faz sentido...
Fará sentido o que escrevo?
Fará sentido... o mesmo sentido, o que os outros lêem?
Faria sentido pensar que os outros pensam o mesmo que eu quando escrevo, ou leio, e entendo à minha maneira o que leio?
Às vezes dou por mim a pensar nisto e depois... apago o que escrevo porque não faz sentido... para mim... mas, e para os outros?
Sim porque eu escrevo para que os outros leiam... e se calhar para eles até faria sentido o que escrevi...
Que cena!!!
As coisa estupidas de que o nosso cerebro se pode lembrar...
É que sem querer escrevo linhas, às vezes vazias de significado e outras vezes tão cheias deles...
As pessoas lêem e entendem à sua maneira...
E eu não sei se o que entenderam foi o que escrevi e o que queria escrever...
Mas acho que são coisas que não se podem pôr em letras... ou podem?

sábado, 28 de março de 2009

Interessante

Num acto de vontade e querer, vou mudar a minha vida...
E coisas que vêm coladas a essa mudança... coisas que de repente se me aparecem à frente... decisões que tenho de tomar, coisas que tenho de fazer... só consigo pensar se limpar a mente destes atropelos pensamentos que assolam e se tentam sobrepor a eles proprios... e depois fica esta sensação de vazio e logo me encho dos pensamentos de novo... novos...
Mas apesar de tudo estou bem... de bem com a vida e feliz com o que ela me deu até agora...
Não foi o que contava receber... foi e não foi... não era isto que esperava da minha vida, mas o que a vida me deu agora, satisfaz-me plenamente... tal como me satisfaria aquilo que eu tinha planeado... ou se calhar até não...
De certo não saberei, mas agora o importante é que estes passos que vou dar e que vão mudar a minha vida, são passos que me acordam para uma relidade diferente, passos que me fazem caminhar de peito aberto e respirar uma nova forma de estar, passos que me encorajam neste futuro e que me fazem mudar opiniões que pensava serem certas...
Dizia-me uma amiga que o que muda na vida é só a nossa forma de ver as coisas...
Agora dou-lhe razão... curioso...
Interessante a forma como podemos mudar as nossas opiniões...
Interessante a forma como a vida nos muda a cabeça...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ajuda

Não choram... não gritam... não mostram o sofrimento por que passam dia a dia...
Um sem fim de dor e tristeza que podia ser resolvido tão simplesmente...
Hoje vi uma reportagem na tv que me deu um vislumbre do sofrimento por que passam seres como nós, seres que merecem a vida e a alegria de a viver tanto como eu e tu...
E no entanto também eles são felizes... com tão pouco... meu Deus...
Não sei como nem porque existe todo este sofrimento no mundo, deixa-me sem palavras a indiferença das pessoas perante casos tão gritantes...
Deixa-me ao mesmo tempo feliz ver pessoas que se esforçam para dar a esta gente o melhor que podem... mas temos de ser mais... temos de ser melhores...
Ajudem... com o que puderem, mas ajudem. Eu acho que eles merecem... tenho a certeza que sim.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Agora já não

Não é sobre ti que escrevo
Nem é em ti que penso agora
Estou por aqui neste meu mundo
Mão posta entre mim e o infinito
Sem cura que te não mostre
Senti que me fugias por entre os dedos
E não consegui segurar-te
E nem sei se quis
Nem sei se mereçi
Mas sei que agora o meu caminho mudou
Sei que agora já não quero voltar
Deixo o meu manto para que te protejas
Podes sempre contar com ele para ti
Sei que o guardaste e ainda bem
Pois isso faz-me feliz
Feliz por te saber bem
Embora longe estarei perto
Perto para que me sintas
Perto para que me vejas
Longe para voltar
De mim tudo
Mas nada
Agora já não

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Não há para sempres...

No lugar onde estive há pouco, está agora um espaço vazio e negro onde já nada pode ser ou existir.
Era um espaço onde dantes se podia ter esperança em tudo e todos, mas agora já não... agora não é mais do que um vazio...
Mas esse vazio pode não ser vazio... só depende do nosso ponto de vista...
Se estivermos com vontade de ver esse vazio, vamos de certeza encontrá-lo lá, mas... e se esse vazio não for um vazio mas sim uma ausencia de algo?
Então nesse caso, tudo o que precisamos fazer é preencher esse vazio e ele desaparece, bem em frente aos nossos olhos e torna-se subitamente em algo... algo que nós próprios criámos...
Entáo porque havemos nós de ver vazios onde eles não existem?
Porque havemos nós de pensar sempre no negativo quando é tão mais simples e certo pensarmos no oposto?
Será que a nossa natureza péssimista tem sempre de se sobrepor ao belo que a nossa mente pode criar?
Porque não mandar esses pensamentos péssimistas para longe... para onde não possam causar danos ao nosso desejo de ter algo de bom... algo que seja digno de um sentimento e não seja só mais um vazio... um lugar vazio... porque não?
Pensa nisto... pensa e chega a uma conclusão... mas rapido... a tua vida não é para sempre...

Amor..

Nas ruas molhadas da chuva caminho, e nem a agua que corre pelo meu corpo me acorda deste sonho que vivo. um sonho real de alegria e felicidade.
O meu maior desejo era que todo o mundo, todos no mundo pudessem sentir um pouco do que me dás...
Garanto-te que se isso fosse possivel o mundo mudava e tornava-se melhor.
Aquilo que sinto agora, já não consigo escrever... nem dizer...
Não existem palavras para o descrever
Fica só aquilo que vai cá dentro, aquilo que só eu posso sentir e gostava de o partilhar com o mundo... só para que pudessem compreender a razão pela qual eu caminho, pelas ruas molhadas da chuva, encharcado e feliz.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Praia

Estou na praia... e o que vejo daqui é mar... oceano de ondas em constante vai vem.
Vejo céu... azul a perder de vista...
Vejo a areia branca sob os meus pés, a beijar de calor a pele seca do caminho...
Na praia posso desligar-me do meu redor e com a ajuda do vento e das ondas e do sol procuro os meus pensamentos.
Na praia estou longe de qualquer mal, na praia o mar é meu amigo e não deixa que me perca em devaneios sem nexo...
Na praia sou uno com o mundo e daqui vejo todo o mundo... daqui...
No mundo sou só uma praia, mas a minha praia é o meu refugio do mal... aqui ninguem me alcança, não deixo, nem o mar... que atordoem e me façam esquecer o verdadeiro mundo que me deram para viver...
Sei que não posso ficar aqui para sempre... sei que um dia o mundo mau me alcançará e me despojará do que tenho agora...
Por isso sei que enquanto estiver na praia, vou escutar e ver e cheirar todo o meu redor e desfrutar do que a praia me dá... agora...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Luz

Raio de luz que irradia de cor e calor o meu interno ser
Vasto como o mar oceano de paixões e saudade
Sem ver de quem és, vens e chegando, tudo mudas
Fico no limbo, cego de alegria e raiva me fecho ao mundo resto
De mim tudo tiras e de nada te vales para ti
Resta-me apenas curvar-me perante todo este vil desdenho e vontade
Resta-me apenas ser... e sendo fico-te grato pelas vozes que me deixas ouvir
Mais não sou que um mero ponto neste texto de acentos e virgulas sem fim
Mais não sou que um ponto final
Mas sou mais que um inicio, mais que um pensamento...
Mais que um resto de vida a espreguiçar-se na areia... quente... aquecida pela luz...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Pede

Pedes-me que vá, como se de mim dependesse o destino das coisas...
Pedes-me que agarre, como se possivel fosse agarrar o ar ou um sentimento...
Pedes-me que sinta, como se fosse da minha inteira responsabilidade o sentimento que surge do nada...
Pedes-me que dê, como quem nunca espera nada em troca...
Pedes-me que olhe, como se fosse fosse para mim facil, vêr aquilo que não quero...
Pedes-me que espere, como quem espera o Sol num dia chuvoso de inverno...
Pedes-me que peça... mas isso já eu fiz... lá longe no tempo que já não é.
E sempre que pedi, fiquei à espera... e à espera... até que desisti...
Mas eu não sou assim... e tu sabes... por isso pedes...
Porque sabes que o farei, por ti... por todos...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Cheguei...



Cheguei... acho que cheguei.
Não...
Tenho a certeza que cheguei.
Estou bem aqui, estou bem assim... como já não estava há tempo.
Sinto agora a força de querer, a percorrer o meu âmago e a apoderar-se da minha vontade.
Agora já sinto o pulsar da vida nas minhas veias e sabe-me bem.
Sabe que nem o sabor do mar nos dias de verão.
Que nem o doce do mel e da compota de morango da avó.
Que nem o quente da lareira numa noite fria de inverno.
Que nem uma brisa fresca da manhã quando olhamos o nascer do Sol.
Já não tenho medo do que venha.
Mesmo que venha, já não tenho medo.
Sou vivo... e nem sabia que o era até agora, mas sou.
E nem o mais forte sopro de tristeza me arrancará deste pedestal onde me puseste.
E daqui vejo o dia a clarear e pasma-me o belo que é...
Daqui vejo o azul do ceu e deslumbra-me o azul que é...
Mesmo que ao longe estejam as nuvens de furia e tempestade, estão longe por ora e eu estou aqui.
Aqui espero que cheguem ao meu pé, e quando a mim chegarem as nuvens de furia, serei mais forte e daqui não saio...
Porque acho que, finalmente, cheguei...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Confuso...

Que confusão paira agora na minha mente...
É uma daquelas coisas que não consigo afastar de mim, a confusão.
Confuso sigo pelo caminho que se me depara e continuo... mesmo sem saber se é o caminho a seguir.
E a confusão que assola este meu pensar segue... sempre aqui ao lado, a tentar parar-me neste percurso...
E eu paro e olho para tudo o que me rodeia e daí não tiro senão mais confusão ainda.
Ideias e pensamentos de tudo e todos que me confundem, em sentimentos, nem sei se de amor ou de amizade ou ódio ou indiferença...
E confuso sigo o meu caminho, esperançoso de que por algum ponto desta viagem eu consiga finalmente entender aquilo que se passa à minha volta...
Espectante que por algum tempo que chegue eu consiga finalmente entender a razão pela qual sofro de confusão no caminho que percorro...
Assim sigo e por aqui continuarei até que os Deuses queiram, e pode ser que Eles me ensinem a viver o caminho e aprender a entender esta confusão...
Por aqui seguirei até que Eles ou alguém se cruze comigo e me explique como desfazer esta confusão que assola o meu caminho...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O meu mundo



No meu mundo há nada e tudo...
Nele encontro desencontros fugazes e fugidios que nem dão pela minha ausência
No meu mundo tudo é nada...
E nada se transforma em algo sempre que me vejo para lá de tudo...
No meu mundo sou eu... só sem vivalma que me assole e proteja desse mundo que é o meu
E nem que haja mil cores e faces à minha frente, eu paro, para ver esse mundo que vive...
No meu mundo eu sou constante e livre como o vento
E nele me alojo para o percorrer de lés a lés procurando-te
No meu mundo te encontro, sem que me aperceba
E entras pela minha vida adentro que nem um furacão furioso e forte
No meu mundo afinal sempre estiveste e eu perdido a tentar encontrar-te
Quando afinal eras tu... o meu mundo.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Acordar...

Acordar de manhã lembra-me de ti...
Continuo pelo dia com o teu olhar no meu...
Passo pelos sítios distraído e sempre que reparo neles, lá te encontro...
Ainda que ausente, lá te ponho. É que sem ti todos perdem o interesse...
Como se fosses tu a dar-lhes beleza...
Como se o mundo só pudesse ser com o teu ser...

Passar a tarde a contar os passos que dou até ti...
Parece que a cada corrida ficas mais longe, e eu corro, mais rapido.
Tento enganar o tempo, passar-lhe à frente para chegar até ti antes dele...
Só para te ter sem que o tempo interfira.

Chegar à noite e ter-te no meus braços... que sensação de felicidade e melancolia.
O misto dos dois sentimentos à guerra na minha mente, ora por te ter, ora por saber que o tempo vai apanhar-me e por mais que queira estar contigo sem o tempo ele acaba sempre por chegar e levar-te de mim...

E eu fico ali... só...
E sozinho me deito, triste mas feliz ao mesmo tempo, a pensar na manhã.
Porque acordar de manhã, lembra-me de ti...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Chuva

Agora é tarde e chove... chove e a chuva que cai atrasa o tempo que de si só já nada é para além de um ténue momento que se viveu intensamente mas foi...
Agora chove... e a chuva lava consigo tudo o que ficou de outros vendavais que já passaram.
Agora chove... mas a chuva que cai, em conta gotas interminável não chega para me lavar de toda a raiva que em mim se alojou...
Agora chove e eu sabendo aqui fico, sem sequer reparar no negro vazio que à minha frente se estende num mar sem fim...
Agora chove... e deixo que a chuva me molhe o rosto, assim talvez me aperceba de que aqui, mais nada há a fazer a não ser abrigar-me...
Porque agora... chove.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Faz-me assim


Faz-me assim, com cores de brilho e luz.
Assim como quem do nada cria um sem fim de alegrias e contentes.
Faz-me assim, com ventos de tempestade.
Assim como quem a seu bel prazer altera tudo e todos.
Faz-me assim, com amor à luz do sol e da lua.
Assim como quem dá vida sem nada pedir em troca.
Faz-me assim, com vontade de viver para sempre.
Assim como quem tem força para dar vida a um mundo sem nada.
Faz-me assim, com arte e sedução.
Assim como quem olha para o mar e tudo nele reflecte.
Faz-me assim, e se assim me fizeres, do nada criarei tudo,
e do tudo irei encontrar algo que te sirva para me teres sempre em ti...