quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Vem...


Hoje perdi-me num pensamento...
Fiquei por lá a ver o que me mostrava
e a gostar do que via...
Perdi-me no mar azul celeste de um riso,
de um esvoaçar de cabelos ao vento,
de um olhar que aquece até o mais frio
dos momentos de inverno...
Hoje deixei-me levar pelo que a minha
mente criou para mim...
E neste carrocel de alegrias,
mostrou-me que um pensamento
também pode ser verdadeiro...
Se assim o quisermos.
Hoje fiquei a leste do meu dia,
que passou a correr por mim
e nem sequer parou para me dar um ola.
Nem sequer me deste um ola...
Espero por ti...
Vou esperar o que for preciso
porque acho que esse riso azul
como o mar celeste,
e esses cabelos que o vento faz bailar,
e esse olhar que aquece
o lado esquerdo da minha Alma,
Te merecem...
Me merecem...
Espero por ti.
Vem...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mundo perfeito


Há-de haver por aqui
pedaços de um Mundo perfeito.
Hão de estar em ti...
Ou perdidos no passado
que partilhámos...
Se calhar, guarda-los contigo.
É estranho não os teres
à mão de semear...
Fugiste dos medos
e dos monstros do
armário cheio,
que te acordaram do sono...
Correste a esconder-te
deles em mim...
Segurei a tua mão com a força
de quem te não queria perder...
Há-de haver por aí pedaços de nós...
Há-de have-los em mim, se calhar...
Estranho estar a pensar no sonho que tive
em que me olhavas com olhos
de quem ama de verdade...
Sinto ainda esses olhos
que estão gravados na minha mente...
E eles, aqui...
Estranho...
Parecem-me
os pedaços de um Mundo perfeito...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Escuro

No escuro as coisas são mais vagas...
Foge-nos o racional...
Descobre-se que afinal as coisas
que julgamos ao nosso alcance,
estão na verdade a este bocadinho assim
de distancia, e era só esse bocadinho assim,
que faltava para se acender a luz.
No escuro as ideias turvam-se
de incerteza e desdém.
No escuro está-se bem...
Desde que bem quieto e escondido,
à espera que passem os monstros que
atormentam no quarto desde o armário.
No escuro vemos todos os nossos medos
e temos medo de os não ver...
No escuro não há nada, mas.
não sei bem porquê, insistimos em pôr
no escuro tudo aquilo que nos aflige...
Se calhar porque o não conseguimos ver
quando a luz inunda o nosso mundo
e nos faz ver o que realmente existe.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Guardo aqui...


Guardo comigo um pedaço de mar...
Fugi de repente de um fim anunciado
e pus à prova o destino
que traçaram para mim...
Tenho comigo um desatino que
insiste em fugir para baixo da cama
e esconder-se de quem o procure.
Conheço um sitio onde um sorriso
vale mais que mil palavras
e onde sei que me faz bem
sentar e olhar à volta...
Guardo comigo um pedaço de céu
que com o mar que tirei do bolso,
se junta e forma aquele fim
de tarde, onde esse Sorriso
que me agarrou a ti,
mergulha numa imensidão
de azul e cores bonitas...
Faz-me lembrar amor...
Faz-me sentir calor...
Guardo-o aqui,
neste cantinho especial...
Só para ti...
Que saudades...
Sabe bem ter saudades...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cá dentro

Não há imagens...
Está escuro aqui.
Ainda agora aqui estavas...
Ainda agora pude falar contigo...
Não atendi porque
não me apetecia falar...
Não me apetecia ouvir-te e
no entanto apetecia-me
ter-te aqui, comigo.
Estranho este querer e não querer...
Estranho não ter aqui imagens que o expliquem...
Estranho não fazer sentido o que se diz
ou sequer, pensa...
Estúpido sentimento que baralha as ideias.
O mundo vomita sons que nem entendo.
À minha volta as coisas não estão aqui.
O ar da noite beija a janela
e a rua começa a perder as cores.
Ainda agora aqui estavas
e a rua era luz
e Eu contigo, feliz...
Agora não há imagens
para lá das que guardo comigo.
E as que guardo são minhas,
e essas, para mim,
são eternas,
cá dentro...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Cheiro de verão


Silencio na sala...
Desliguei a televisão...
Só se ouve o uivar do vento lá fora
a recordar que as noites de verão também
podem ser frias e agrestes.
A névoa envolve a rua e empresta-lhe
um ar medonho e estéril...
Não vejo ninguém...
Nada se mostra neste pormenor nocturno
em que mergulha o mundo.
Só o vento, que se entretém a desarrumar
as folhas do chão e brincar com elas
pelo ar fora...
Desliguei a televisão...
Há silencio na sala...
E na rua,
só o vento insiste em recordar-me
que afinal o resto do mundo está cá.
Está apenas escondido, com medo da noite...
Que já perdeu o cheiro do verão....