terça-feira, 29 de setembro de 2009

Calma?


Dedos desprendidos que se movem pelo ar e desejam tocar algo...
Algo que se sinta e se delicie com o seu toque.
Toque de seda... suave e fresco como o ar que toca os dedos...
desprendidos...
Desprendidos pensamentos que voam ao desbarato
pelo recanto imenso da mente.
Mente que perde o sentido e a razão...
que perde o seu tempo
sempre que se encontra no limbo das emoções...
Emoções que nada mais são do que ideias soltas
que enganam e magoam a mente...
Mente que torna fria a dor,
que transforma em angustia a calma
e revela o medo da incerteza...
Incerteza do não sei bem de quê,
não sei como, nem quando... onde?
Onde te encontras calma minha,
que partiste há já tanto tempo e teimas em não voltar...
Volta, mas depressa volta,
para que te possa de novo sentir e vibrar
com a sensação bela que é ser-se feliz...
nem que seja por um tempo em que se não sinta...
Sinto... com os dedos desprendidos que se movem pelo ar...
sinto a calma que tenta voltar
mas na minha mão os dedos estão zangados uns com os outros
e com a mão aberta não te consigo, calma, alcançar...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Faz de conta


Vida de faz de conta,
despe o preconceito das coisas.
Faz crescer dentro de nós
o que faz sempre sarar as feridas da vida.
Sem nada que o preveja, arrebata o coração das pessoas
e leva-as para onde mal não surja.
Vida de faz de conta, faz de conta que todos somos um...
Faz de conta que todos somos iguais.
Faz de conta que ninguém merece viver num sonho mau.
Faz de conta que o mundo vive em função de todos
e que de todos fazem correr o mundo...
Faz de conta que não faremos nada que
prejudique a terceiros na busca pela nossa felicidade.
Faz de conta que tudo não passa de algo sem importancia,
passageiro neste lado da vida, e que ela nos transporta
para o que é real... no sonho em que transforma, às vezes
este lugar de terra mundo...
Faz de conta que as pessoas se apercebem
assim... de repente,
de que o mundo este é finito
e precisa de nós agora mais do que nunca
e que a felicidade que se busca com tanto sacrificio
está aqui... no nosso âmago
Faz de conta que elas sentem
o que está cá dentro...
dentro de cada um de nós...
Faz de conta, vida, que dentro de nós,
todos encontramos respostas para que as nossas buscas
nos ensinem a despir o preconceito das coisas...

domingo, 20 de setembro de 2009

Não consigo


Escrevo estas linhas para ti.
Para que saibas que agora estou tranquilo...
Escrevo-tas apenas porque quero e não porque o tenha de fazer... ou o dizer...
Escrevo porque me apetece e não porque ache que é obrigação.
Escrevo para que leias... para que percebas...
Para que ao ler estas palavras possas delas tirar algo...
Algo que sirva o seu propósito.
Penso no que escrevo?
Não... claro que não... nem sequer penso no que digo ou faço...
vou lá agora pensar no que escrevo?
O que escrevo está aqui e por aqui consegues conhecer-me bem...
ver e sentir a minha mente que divaga
por estes esboços daquilo a que chamam textos...
Escrevo a minha calma... no meio da tempestade.
Escrevo a minha dor... no meio da maravilha
Escrevo a minha dúvida... no meio da certeza.
Mas o que escrevo, quando escrevo é o que sinto quando o sinto...
sem pensamentos, sem regras que ditem seja o que for...
Escravo da escrita, só porque me custa dizer-te com todas as palavras
aquilo que vem cá dentro...
Mas escrevo porque quero... quero que saibas por escrito...
tudo o que te quero dizer e,
não sei porquê,
não consigo...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Benficaaaaaa!!


Move multidões e leva à loucura, quer seja para o bom quer para o mau.
Une corações e dá alegrias e tristezas assim como quem dá com uma mão e tira com a outra...
Eleva aos píncaros da perfeição tão depressa como roça o fracasso.

Um espectáculo a nivel mundial que mexe com economias e potencias financeiras.
Traz à fama e à ribalta quem não tem nada senão habilidade com os pés
Dá fortunas a ganhar quando a sorte e a pericia se unem numa só...

E mesmo que não se goste do jogo, não há nada como estar no estadio e ve-lo cheio de gente a vibrar uns com os outros... com a equipa.
E mesmo sem estar lá, estando longe, sentado em frente à tv, espero pelas alegrias e pelos prazeres que me possa trazer...
Sentado com a cerveja num lado e os amigos no outro torcemos, cada um por si, cada um pelo seu...
E ganhe quem ganhe, o importante é o sentido de alegria e união que traz este desporto rei.

O bom que é ir ao estadio e sem se conhecer ninguem no inicio, no fim já se vem com um ou mais amigos...
Amigos dos copos , é certo, mas mesmo assim, amigos que naquele instante te alegram e afastam de ti a tristeza e raiva que possas eventualmente sentir...
É esta a magia do futebol...

A magia de teres uma mulher que ames e que seja da equipa rival...
A magia de separar em alegria e fair play...
A alegria de recriar as batalhas de antigamente sem que seja preciso haver violência e armas que matem e firam...
Magia dos dribles, dos golos e da alegria de os celebrar.
Magia das bancadas coloridas e vibrantes de massas que se unem com o propósito de apoiar...
Magia do bonito que é veres um avô a levar um seu neto à 'bola'...

Gosto desta 'bola' e gosto sobretudo de uma equipa em especial...
No meu coração corre um sangue vermelho... vermelho Benfica...
E mesmo que siga nesta vida, vou sofrer e sei, mas serei sempre vermelho Benfica... afinal e tal como diz uma voz da minha vida...
O Benfica pode não ser o melhor... mas é e será sempre o Maior!!

Faltas-me


Aquele sentimento de saudade...
Saudade é ao que chamam o recordar de bons momentos do passado,
de pessoas que passaram pelas nossas vidas e deixaram a sua marca...
Saudade é ao que chamam aquele aperto no coração que o faz doer
aquela dor esquesita que nunca conseguimos descrever...
Saudade é ao que chamam aquela vontade infinita de querer que tudo se repita
ou pelo menos que se realize...
Saudade é ao que chamam a ausência de algo que nos faz falta.
E algo me falta hoje...
Que falta me fazes, nem fazes ideia do que sinto
de cada vez que o meu pensamento vagueia pelos momemtos passados,
pelas noites vividas, pelos beijos... os abraços...
Que falta me fazes sempre que fecho os meus olhos e sinto que sorris para mim...
Que falta me faz o sentido das coisas e a maneira de ser do mundo
que agora me é estranho
E vou ter de aprender a conhecer este mundo, sem graça, onde não estás...
E até é errado o que digo, porque o mundo tem graça e faz sentido,
mas com os olhos fechados e aquele sentimento de saudade
é dificil que ele te vença...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Que dia...


Tenho um pressentimento de que as coisas vão correr diferente.
Há algo de diferente na maneira como comecei a pensar...
É só um pressentimento mas sabe bem... como já não sabia há algum tempo.
Hoje foi um dia especial... acordou estranho... comigo a ouvir o som da trovoada e a pensar; "Mas que raio é isto?"
Fui à janela e vi o céu limpo... "Bom..." pensei..." estás a ouvir coisas... andas bonito andas!!"
Mas a trovoada lá estava e bem real... as nuvens aproximavam-se por trás da casa... só me apercebi quando um clarão iluminou tudo à minha volta...
Fiquei mais feliz... gosto de trovoada...gosto de chuva, e relâmpagos sei que pode ser perigoso mas o prazer de os ver a estatelarem-se contra o chão molhado... aquela luz de branco celestial... aquele som poderoso a tomar conta dos nossos ouvidos... aquele cheiro da terra acabada de receber a chuva...
Que inicio de dia fantástico...
Depois o resto foi só deixar correr.
E surpreendentemente tudo o que até agora me deixava triste e cabisbaixo, pareceu mais mesquinho... distante, cada vez mais...
Isso deixou-me triste e ao mesmo tempo contente. Triste porque não esqueço nem esquecerei nunca o meu passado...
Contente porque finalmente começo a ganhar forças para largar este passado que até agora não queria largar...
E há alturas na vida em que temos de aprender com erros que cometemos e largar o passado onde ele pertence... no passado...
Pode ser o inicio de algo bom... não sei... só sei que hoje quando acordei o dia me deu uma prenda de que não estava à espera...
Há já muito tempo que não via nem ouvia aquele que é o melhor espectáculo que a mãe natureza me pode dar... e foi delicioso...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sós

Existem momentos na vida em que pensamos se realmente vale a pena estarmos rodeados de gente, quer boa quer má, que nos faz tomar decisões acerca da vida, que é nossa, e que alteram o percurso dela, por vezes, sem que reparemos...
Existem momentos em que me apetece sair desse meio de gente... momentos em que gostava de ser um só no meu mundo, só para tentar perceber se realmente fazem assim tanta falta.
Não me interpretem mal, não quero com isto dizer que não goste da companhia, da ajuda e da amizade que as pessoas me dão, mas... não sei... às vezes, se calhar fazia bem às pessoas estarem um pouco de tempo sozinhas... sem ninguém no mundo... só elas e o mundo...
Creio que seria bom para cultivar dentro de nós um tipo diferente de tolerância, um tipo diferente de paciência para com os outros...
Seria mais fácil pormo-nos no lugar das outras pessoas e entender a forma como agem em certas alturas.
Todos deviam ter esse prazer... o de estar sós no mundo... talvez assim aprendessem a ver a vida de outra forma... mais tolerante...
É o que eu penso...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Revolta


Resto de dia que começa a desfalecer, o sol mergulha no horizonte castanho, céu de fumo.
Fumo de infernos que se desabam por esse Portugal fora e o deixam marcado de negro e morte.
Negros como a noite os campos e matas que outrora ferviam de vida... e porquê?
Por um punhado de euros... por uma casa nova... por um simples prazer de ver arder?
Não entendo nem compreendo alguém que possa sequer pensar em cometer tal acto...
É-me doloroso ter de saber todos os dias... todos os anos, que um pouco mais do belo deste país desapareceu nas mãos sujas e merdosas de pessoas que destroem por prazer... por dinheiro...
Metem-me nojo!!
Perdoem-me a sinceridade mas tenho por principio a preservação do que é belo para que futuras gerações possam apreciar o que eu apreciei...
Gostaria de poder dar aos mais novos o prazer de ver uma floresta em pleno... Cada vez mais é impossível fazê-lo neste Portugal ferido e traído pelo seu povo...
Bravos aqueles que a troco de nada arriscam as suas vidas para que se possa salvar algo...
Bravos aqueles que a troco de reclamações de tudo e todos tentam combater este cancro...
É para eles que escrevo... e para vocês também, para que abram os olhos para esta realidade e tentem, como eu salvar um pouco do verde que ainda nos resta...
Ajudem o nosso país a libertar-se desses filhos da puta que só pensam no seu umbigo...
Portugal somos nós... todos nós...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Erros


Escrevo e risco...
...e escrevo e risco...
...e escrevo, e volto a riscar...
Não consigo encontrar palavras...
palavras que descrevam... palavras que expliquem... que sintam.
Não consigo sequer encontrar motivos
E são muitos... imensos... tão grandes foram e quão mal fizeram.
São motivos de palavras que não existem, não podem descrever-se.
Palavras que não têm motivo senão o de não existir...
E são sentimentos de raiva e frustração, aqueles que vagueiam perdidos por aí.
E são maus esses instintos de protecção que fazem agir da forma mais vil e cruel...
E é grave o que se faz... o que se diz, sem pensar, ou pensar não errar...
Mas erra-se e de uma forma tão simples um erro pode deitar tudo a perder...
E erros pagam-se caros...
Erros atingem-nos como uma valente chapada dada pela mão pesada da vida.
Sei que errei... sei que erraste, afinal de contas que somos nós senão humanos?
Do erro aprende-se... ou pelo menos tenta-se aprender... porque os erros fazem parte da vida que se constroi... é assim...
Se não houvesse erros a cometer éramos perfeitos.
Perdoa-me meu amor... mas o perfeito não existe.