segunda-feira, 27 de outubro de 2008

É teu

O meu coração é teu.
Quero que o saibas agora... o meu coração é teu.
É o meu coração. É com ele que sinto e vivo as minhas emoções... É com ele que sofro os dissabores da vida. É ele que me diz quando devo estar feliz ou triste.
Mas que fique certo aqui e agora, é teu.
Dei-to no momento em que vi os teus olhos pela primeira vez. E sei que nem eu reparei, mas assim que te vi, ele saiu de dentro de mim a correr na tua direcção e desde aí não mais te largou.
E agora que é de ti?
De repente não mais te ouço, nem vejo, nem cheiro... não és...
Não sei de ti, nem do meu coração...
Estou desesperado... perdi de repente as duas coisas mais importantes e não sei como reavê-las.
Queria que voltasses de novo à minha vida... nem que fosse só para me devolver o meu coração.
Sei que está contigo, pois tudo o que sinto agora no seu lugar é um vazio enorme.
E o meu coração vai despedaçar-se quando mo devolveres, mas decerto saberei colar todos os pedaços e po-lo de novo a funcionar... e vai durar mas as feridas saram com o tempo.
Mas se quiseres ficar com ele, volta e vem e posso partilhá-lo contigo... para sempre...

Tempo

Tarde de outono. Nuvens cinza e vento cortante. Ar frio e humido.
E eu aqui... sem nada para fazer. Ou por outro lado, com tanto para fazer e aqui... preso a esta monotonia que me não permite usar estas horas preciosas em bom proveito.
Aproveito para escrever. Escrever o que voa perdido por dentro desta mente que tanto deseja e nada alcança.
Acho que assim, pelo menos não se desperdiça completamente este tempo perdido. Ao menos assim, escrevendo já não é tão forte este sentimento de frustração pelo tempo que desperdiço.
Tempo que tanta falta faz a muitos seres que dele necessitam e que, por ironia do destino não podem ter...

domingo, 26 de outubro de 2008

Fria

Faz frio cá fora.
E eu cá fora te espero. Com frio te espero.
Sedento de ti nem sei o frio que faz... nem sei o fraco que estou... nem sei o quanto estarei.
Sedento de ti, espero... no frio e na escuridão.
Faz frio cá fora.
Agora sinto-o. Cresce implacável e sereno por meu corpo a dentro. Meu corpo desprotegido contra este frio que cresce...
Sinto o frio que chega, chega aos ossos e despedaça a minha força de aqui ficar... à tua espera.
Assim é dificil esperar.
Assim não posso ficar...
Faz frio cá fora.
O frio é mais forte que a minha vontade de te ver.
O frio é mais forte que a minha força de te esperar...
O frio quem o trouxe foste tu... com essa tua ausência.
O frio que me deste é cruel... mas descansa, que tenho como me proteger.
E hei-de fazê-lo... quando o teu frio me for insuportável.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Duvida

Já lá vem o autocarro.
Está a chover e ele vira a esquina e dentro de momentos vai chegar...
Tu lavantas-te e preparas-te para entrar nele e eu penso:
- Rapido, diz qualquer coisa!! Agora!! Mas nada sai... e chove... e chega, e abre a porta e tu entras... e eu fico... na paragem... porque este não é o meu autocarro... e a porta fecha e o autocarro arranca. E conforme se afasta eu vejo-te lá dentro a procurar algo e... olhas para mim e vês que fiquei... e nesse instante eu penso:
- Estupido!! Devias ter dito alguma coisa... tanto tempo ali, juntos... à chuva...
Olhares a desviar, semi sorrisos um para o outro e eu podia ter dito algo... metido conversa e se calhar agora estavamos os dois a falar um do outro... um com o outro.
se calhar já sabia o teu nome e tu o meu e estavamos, se calhar, a caminho de um café para uma bela conversa que poderia ou não dar certo... agora já não vou saber.
Quem sabe uma bela relação de amizade... agora já não vou saber.
Quem sabe uma relação ainda mais forte e segura... daquelas que depois duram anos e anos... agora já não vou saber.
Se calhar até dava em namoro, porque até te achei bonita... e tu? Será que gostaste do pouco que viste em mim?... agora já não vou saber...
E se calhar daqui a muitos anos, estariamos os dois bem juntinhos a contar aos nosso netos como nos conhecemos assim por olhares e uma conversa fiada na paragem do autocarro, à chuva... agora nunca saberei... a não ser que te encontre por aí outra vez, numa qualquer paragem de autocarro. E mesmo que te encontre, será que vou reconhecer-te?
Pelo sim pelo não, da proxima vez que isto acontecer, vou meter conversa contigo... afinal o pior que pode acontecer é tu não me ligares nenhuma e voltares a cara para outro lado... e eu fico na minha... um pouco desiludido... mas pelo menos já não tenho de viver assim... na duvida!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A derradeira Senhora...

Vim aqui para ti...
Sou eu quem traz o relogio dos tempos. Sou eu quem sabe quando termina tudo... e quando tudo terminar sou quem te vem ver em ultimo lugar.
Sou eu que te dou a mão quando já ninguém te vê ou ouve. Estou aqui e estarei até que te convenças de que não há outro caminho a seguir senão comigo.
E quando souberes finalmente que a mim, de mim não tens alternativa, então dá-me a mão e levar-te-ei comigo... para onde?
Isso só eu sei, mas asseguro-te que aqui, comigo jamais voltarás...
Aqui é passado já. Aqui não mais existe quando tu saires.
E quando saires, eu farei com que tudo cesse... para sempre.

Um amigo

"" De que servem as letras, dedicatórias e afins. Palavras gastas ao som de uma banda sonora colorida.
Copos meio vazios, cigarros por fumar...
Porquanto mais vendavais nas encostas e penhascos, nas calçadas. É aqui. Onde os olhos se cruzam e os dedos se encontram, onde as dedicatórias somos nós. Somos nós que nos perdemos nas musicas destas noites de tertúlias sem sentido. Onde todo o paradigma e esta gente, tu, eles, nós.
Amizades que se perdem, que se encontram ou desencontram.
Independentemente... existe. ""
by: Homónimo.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Para ti...

Raio de sol puro, branco e quente
Como o calor do fogo a crepitar
Que em ti, de ti não espero nada
Senão calor que me não queiras dar

Salto daqui para o vazio, para o infinito
Em busca desse sol lugar
Só em ti de novo o encontro
Em ti só, sinto que mo podes dar

Assim estou neste mudo mundo
Cheio de dor magoa e pesar
Mas depressa dele me desprendo
Se contigo me queiras levar

Contigo ao fim do mundo vou
E vou em pressa sequer de voltar
Vamos juntos ver o nascer do dia
E juntos com a nossa felicidade
Faremos todo o mundo corar.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Karma

Dás com uma mão mas tiras com a outra,
sem que te apercebas, dás a conhecer o teu lado negativo.
Sem que te apercebas mostras o mau que há em ti...
Sem querer fazes mal e nem notas...
Não notas até que esse mal se vira contra ti.
Vira-se contra ti e tu ignorante de tudo não sabes porque razão se passa o que se passa.
Dizes-te a ti mesmo que não mereces... será?
Olha bem para trás... mas olha bem... e vê o que fizeste no passado.
Se calhar até nem é mau aquilo que te aconteceu... tendo em conta o que fizeste...
Se calhar até que podes viver sem o remorso da culpa, da incerteza, da ignorância...
Antes de poderes culpar o mundo pelo mal que a ti vem, busca o teu passado e aí encontrarás, quase sempre, a razão de tudo o que te acontece.
Aprende com isso e leva uma vida melhor... para teu bem.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Furia...

Eu juro que se eu quisesse não conseguia.
É incrivel a forma como os sentimentos de raiva e ódio se apoderam de nós sem que possamos fazer algo contra.
É incrivel a forma como podemos ficar fora de nós assim, de repente, e depois vamos e descarregamos a nossa furia contra a primeira pessoa que vimos.
Assim, sem sequer saber se essa pessoa tem ou não culpa daquilo que nos aconteceu.
Gostava de, nestas alturas, ter um dispositivo na minha mente que me desligasse... por uns instantes... fizesse um "reeboot" ao sistema e me fizesse pensar bem entre explodir ou conter-me na minha reacção...
É que muitas vezes nós voltamo-nos contra quem pode não ter nada a haver com a situação, e isso tira-nos toda e qualquer razão... e depois ficamos ainda pior porque a frustração de ter descarregado em cima de quem não tem culpa é ainda pior do que a situação em si... irónico não?

domingo, 12 de outubro de 2008

Mole...

Hoje não quero escrever sobre nada.
É daqueles dias em que nada que nos vem à cabeça faz sentido... parece que todos os pensamentos são estupidos, por isso hoje não vou escrever sobre nada... nem sobre amor, nem sobre alegria, nem dor... nada.
Está cinzento o dia, mas ate gosto de dias assim, só que este está abafado... tira a vontade até de mexer os neurónios... tenho uma amiga que diz que os meus neurónios se chamam Tico e Teco... como que a dizer que só são dois... se calhar nem esses querem trabalhar hoje... estão de greve, por falta de condições laborais... se forem só dois, os horarios que têm de suportar merecem um bom dum aumento salarial... suficiente para ser revindicado com uma greve... e depois fazem-me pensar que é por causa do tempo abafado...
É que está mesmo desagradavel, abafado, e quente... mas parece que vai chover... tempo esquesito.
E depois dá esta moleza à gente, que amolece e depois fica como que zombies a olhar para ontem... e não lhes apetece fazer nada, nem escrever... como a mim.

sábado, 11 de outubro de 2008

Happy happy joy joy

Hoje quero dizer a todos os que me lerem, que sou feliz, e estou feliz...
As coisas até nem têm corrido muito bem por aqui... afinal, a minha vida deu há bem pouco tempo uma volta enorme e... digamos que quase tive de recomeçar tudo de novo...
Mas o importante é que recomeçei, e deparei-me com uma nova versão de mim que não conhecia.
É giro este novo eu, e gosto bastante do que estou a descobrir em mim... mas isso não interessa agora. O que interessa é que descobri que sou uma pessoa feliz... que está rodeada de pessoas excepcionais e que eu durante muito tempo, por estupidez minha... negligênciei. Mas isso, segundo o que creio agora vai deixar de acontecer...
Descobri que posso conhecer gente nova e interessante e isso dá-me uma pica tremenda de viver e viver bem e aproveitar o sol e a chuva e o vento e o mar e mais que venha... venha!!
Descobri que o trabalho que tenho, me faz sentir bem e realizado... gosto de estar com pessoas novas, e descobri que afinal este mundo até tem gente que vale a pena... e isso deixa-me bastante mais seguro em relação ao meu futuro...
Descobri que afinal nem tudo o que é mau é realmente mau... às vezes temos de passar por situações menos felizes para que possamos dar mais valor a certas coisas da nossa vida...
Obrigado a todos voces por fazerem parte da minha vida. Tal como me ajudaram a mim, saibam que no que depender de mim, podem contar comigo... hoje e para sempre...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Acorda-me

Buscas por mim incessantemente, buscas a minha atenção. Tentas tudo por tudo para que repare que me chamas.
Mas eu estou surdo, cego. Não consigo perceber a vida que corre, veloz, à minha volta. Preso dentro desta ilusão que eu próprio criei.
Parece que te ouço, lá longe, mas não percebo o que me queres dizer.
Tolda-me a mente, um suposto paraíso que não existe, afinal. Mas eu ainda não me apercebi da mentira em que estou imerso... e tu tentas, de longe, muito longe, dizer-mo, mas eu não te escuto...
Tambem eu estou longe, longe de ti... não que queira estar longe de ti, mas é que o paraíso que se me depara, a ilusão que não sei que o é, parece-me tão real, que tudo o resto se esbate num misto de nevoa com escuridão.
E tu queres acordar-me... deste sonho que dictatorialmente se apodera da minha mente, e eu sei que sim, mas o sonho, por mais sonho que seja, é tão real... tão real quanto tu a tentar puxar-me de novo à realidade... tentas acordar-me mas eu não quero acordar...
Não agora...
Acordarei deste sonho, um dia... e quando o fizer, de certo já não te vou encontrar, ali ao meu lado... e nessa altura dar-te-ei razão... mas até lá... deixa-me sonhar...

Que inveja...

Este vento que bate agora na minha face é bom... sabe bem... onde será que esteve? Por onde andou? Onde irá a seguir, logo depois de vir de encontro a mim?
Se calhar passou por aí, onde te encontrou. Se calhar tocou na tua face, tal como toca na minha agora... e será que, tal como eu, ao tocar tua face, ele se apaixonou?
Se calhar sim... e depois, tal como eu, por ai saiu, pelo mundo a bradar e cantar a todos quantos encontrava o feliz que estava por ter, finalmente, encontrado alguém a quem dar todo este amor que existe cá dentro...
Gosto deste vento... quente e forte, mas, ao mesmo tempo, tenro, que bate na minha cara. Gosto de pensar que hoje, já passou por ti... e agora vem a correr na minha direcção como que a querer dizer-me que te viu hoje primeiro do que eu...

Dá-me vida

Luz fosca, luz vaga
ilumina ténue o meu âmago
sem luz que chegue sequer para se ver
Passas por mim e vais... para lá...

Nem vês que nesta suposta escuridão
brilha, fraco, um brilho de branco e cores
mas é fraco e não se vê a não ser que se busque

E tu agora nada buscas, por isso não vês.
Não vês e à tua passagem eu grito
mas é um grito ténue o do meu âmago
sem som que chegue sequer para se ouvir
Passas por mim e vais... para lá...

Nem ouves que neste suposto silêncio
estou eu... em pé... esperando que me dês vida...

Longe

Estás longe, mesmo longe
Tão longe... e o longe é mesmo aqui
De tão longe que estás consigo tocar a tua pele e senti-la suave, quente, macia, mas longe
Tão longe te encontras com teus pensamentos
Tão longe estás e eu aqui, ao pé de ti, procuro-te
Sinto-me com coragem para pegar na tua mão e contigo sair pelo mundo a perguntar por ti...
E tu aqui, comigo, onde estás?
Procuro-te sem parar enquanto te sussurro ao ouvido coisas bonitas de ouvir.
Tu nem ouves, de tão longe que estás...
olho-te nos olhos e os teus olhos olham para mim... de longe... tão longe.
Falo-te e tu respondes... de longe e sem nexo nenhum.
Será que demoras muito a chegar?
Se chegares vens de longe... ou nem vais sequer chegar...

Não estás

Cheguei a casa, deixando para trás tudo o que me deprime, mas tu já não estás.
Trouxe-te flores, mas tu já não estás.
Queria oferecer-tas e levar-te a jantar no restaurante onde fomos felizes juntos pela primeira vez, mas tu já não estás.
Queria mostrar-te as coisas do mundo de onde vem a tua beleza, mas tu já não estás.
Queria dizer-te coisas bonitas ao ouvido e ver a maneira como sorris quando tas digo, mas tu já não estás.
Tinha um mundo de carinho para te dar... assim... sem pedir nada em troca, mas tu já não estás.
Íamos ver o pôr do sol abraçados num abraço suficiente para abraçar o mundo inteiro com amor,mas tu já não estás.
Levava-te em meus braços por onde quisesses, mas tu já não estás.
Não estás e como não estás, procuro-te, tento chegar a ti, tento falar-te, para que saibas o quão importante és para mim, mas tu já não estás.
Saio para a vida com o coração partido, ferido de incerteza, cheio com uma magoa que doi...
Tudo passará com o tempo... e queira Deus que não voltes... aqui, a dizer-me que sim, que queres agora fazer parte de mim... porque aí... aí vou eu dizer-te que no meu coração, tu já não estás.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

És tu...

Foi este corpo suado e cansado que encontrou as aguas frias da baía, envolta em névoa vespertina neste fim de setembro.
Entro... está fria... bem fria... recordo...
Recordações do calor que aqui já senti na minha pele, das alegrias que estas mesmas aguas já me trouxeram... e não há muito tempo.
No entanto, tudo o que agora vejo e sinto é silencio, vazio e solidão... será possivel que o mesmo local, a mesma hora, a mesma agua possam trazer sentimentos tão distintos??
Será a noite que os tráz?
Não creio, pois já passei grandes noites regadas com boa conversa e alegria...
Será o frio que os tráz?
Tambem não acredito, pois dos melhores momentos que recordo com saudades da minha vida, passei-os à lareira numa noite fria de inverno...
Este corpo, agora mais calmo e relaxado, larga finalmente as redeas que seguram a minha mente e permitem-na vagear pelo limbo e recordar melhor esses momentos...
Ponho-me a pensar em tudo o que passou e chego à mais simples conclusão...
Todos os momentos felizes que passei na vida, foram recheados de pessoas e seres que amo.
São eles que dão vida, cor e alegria às coisas.
Foi com eles que consegui ver luz na escuridão, o magnifico no horrivel, o doce no fel...
Descobri tão somente que são voces meus amigos, meus verdadeiros amigos, a razão da beleza no mundo...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Lembra-te

Lembras-te de mim?
Sou aquela pessoa, sim, pessoa por quem tu passaste hoje, com a pressa do costume e nem sequer quis ouvir o meu lamento...

Lembras-te de mim?
Sou aquela pessoa, sim, pessoa que insistentemente te pediu ajuda... e que tu pura e simplesmente ignoraste...

Lembras-te de mim?
Sou a pessoa que ao ver a tua indiferença perante meu sofrimento, perdeu toda a esperança no mundo que a rodeia...

Lembras-te de mim?
Sou a aquela pessoa que se enfureceu com toda a desgraça que orbita em torno de si...

Lembras-te de mim?
Sou a pessoa que hoje viste na T.V. e ouviste na radio, que matou a familia e pôs termo à vida da forma mais violenta possivel...

Lembras-te de mim?
Sou a pessoa de quem tu disseste, ao ver a T.V. " Porque tinha ela de fazer isto? Mas porque não pediu aquela alma, ajuda a alguém? "

Eu pedi, lembras-te?