quinta-feira, 29 de outubro de 2009

... !!


Na verdade nem sei porque escrevo isto hoje.
Pensei que fosse difícil fazê-lo, especialmente
porque hoje não tenho nada na cabeça para transcrever para o papel.
E se não fosse esta vontade parva de satizfazer o meu ego,
não teria escrito absolutamente nada, hoje.
Mas cá está.
E não é sobre nada em especial... nem sobre ninguém...
É só e apenas o pôr em letras o que tanto me
chaga o pensamento, hoje, distraído de tudo.
E até nem sei porque escrevo... o que escrevo...
Para dizer talvez que já tenho mais um texto?
E que importância tem isso?
De certo, quem o ler, vai pensar o mesmo que eu:
"...Que parvoíce!!!"
Pegada parvoíce, pôr aqui um amontoado de letras
que nos fazem ler, para depois chegar até aqui e ver
que não faz sentido nenhum...
Tempo desperdiçado a ler o texto, a escrevê-lo,
só porque assim já tenho mais um texto.
Na verdade, o pouco que tenho hoje na cabeça
atesta o aborrecido que foi o dia,
sem nada de realmente relevante
com que possa pensar ou dizer:
"Realmente, hoje foi um dia bem produtivo!!"
Não... nem isso... nada...
Hoje foi... nada!
E um nada um tanto ou quanto aborrecido...
Aborrecido ao ponto de ter escrito tudo isto só porque...
...Não sei o que escrever...


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

No canto do coração


Ali ao fundo está a tua indiferença.
Pensas que me importa ainda?
Pensas mal...
Tempos houve em que essa indiferença
me crivou o lado esquerdo da alma
com balas de dôr e magoa.
Mas essa magoa e dôr não foram
suficientes para me derrubar.
Ali ao fundo está a tua indiferença.
Sofri, e muito , com o que aconteceu,
e sinceramente não sei ainda
se algum dia entenderei a razão
pela qual tudo foi dito, tudo foi feito.
Mas agradeço o facto de teres feito parte da minha vida.
Agradeço-te porque me ensinaste que nem todas as pessoas
são quem dizem ser.
Ali ao fundo está a tua indiferença.
Agora, de longe olho para lá,
apenas com a curiosidade de saber
o que passou pela mente tua e minha
e nos fez tomar as decisões que tomámos,
só curiosidade...
Ali ao fundo está a tua indiferença
Se for como tu. vou voltar-te as costas
e fingir que te não vejo quando vir...
Mas sabes que o não farei, pois não sou como tu...
De mim não terás nunca indiferença.
Este coração que bate por mim,
guarda um canto nele que é teu.
E enquanto te tiver no canto do coração
serás sempre alguém que merece tudo...

domingo, 25 de outubro de 2009

Abstracto



Paro o que estou a fazer e olho este céu nublado de Outubro.
Atrás de mim, falam numa lingua que não entendo.
E ao mesmo tempo, outros passam por mim e olham...
e desviam o olhar quando retribuo.
Só posso imaginar o que paira nas cabeças desta gente
que se cruza comigo, e eu, no caminho desta gente,
que pensa o que não sei... e gostava...
O céu cinzento por cima de mim ameaça com a chuva
e passa, devagar, numa direcção incerta para o horizonte...
Pergunto-me se mais alguém o vê como eu...
Atarefados e ofuscados com as suas vidas,
logo se apressam a abrir os seus carros, a entrar e arrancar,
como se já estivesse tudo visto, tudo feito.
Tocam os sinos da igreja... são quatro da tarde...
Ontem por esta hora já eram cinco...
E se calhar não tinham tanta pressa ontem,
em entrar nos carros e a sair,
como se já tivessem visto tudo...
feito tudo...
E falam numa lingua que não entendo,
coisas estranhas...
pelo menos para mim... e passam por mim
e olham-me,como se me conhecessem
de algum lugar ou tempo distante,
mas tivessem vergonha de me vir falar...

sábado, 24 de outubro de 2009

Desperta


Desperta...
Como se fosse a primeira vez,
abre os teus olhos e repara...
Vê... e olha com calma e atenção.
Desperta,
sempre atento ao mundo
que gira sem nunca sair do lugar.
Sem nunca saires do lugar,
salta fora e fora tira
tudo o que te faça peso
e te não deixe voar
para onde possas despertar...
Desperta...
e leva contigo o que queiras
para dar aos outros...
aos que por ti nutram um carinho
igual ao que pulula ai dentro
Desperta...
e conhece o teu caminho,
e conhece quem queiras que caminhe ao teu lado...
e pede-lhes que caminhem contigo
e mostra-lhes o caminho que escolheste
e com eles caminha e vai,
Desperta...
e desperta-os a eles...
E quando eles acordarem ,
vão querer provar um pouco
dessa enebriante alegria e vontade
que tu tão carinhosamente
partilhas com os que caminham contigo.
Por isso e só por isso...
Desperta...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Vê se resulta...



Detesto não ser dono do que sinto.
Sei que não há emoções que nos destruam,
mas há-as que nos ferem e magoam de tal forma
que por muito que queiramos nem sempre conseguimos afastar de nós...
Hoje foi um dia triste...
se calhar a chuva fez das suas ao torná-lo cinzento e sensaborão,
mas de qualquer forma não a posso culpar.
Afinal também de dias de chuva se faz a minha alegria.
Porque será que às vezes temos a tendência de culpar
o tempo pelas tempestades que vão na nossa alma?
Hoje fiquei um pouco mais pobre...
e o que perdi nada mais foi do que alguma auto-estima,
que de certo recuperarei mais tarde,
mas não implica que agora me tenha afectado.
Agi de uma forma que agora talvez ache errada,
mas na altura pareceu-me acertada..,
Seja como fôr, está feito e não há volta a dar...
Só tenho pena de não conseguir,
como alguns, ser dono do que sinto
e a meu bel prazer enxutar para longe
tudo o que me altera a razão do pensamento...
Tenho pena de, como alguns,
não conseguir erguer uma muralha de pedra entre mim e os meus sentimentos
Poderá ser algo de bom... mas agora faz-me mal...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Gosto


A noite cai, silenciosa e fria por entre as luzes
agora acesas da cidade que olho pela janela...
Consigo ver ao longe o crepusculo
que ainda resiste ao avanço do escuro que chega...
A televisão debita sons malucos no fundo da minha mente,
mas aqui, a ver o mundo a meus pés nem consigo assimilá-los com deve ser..
Estou demasiado embriagado neste fim de dia...
Pela primeira vez na minha vida gosto do fim do dia.
E não gostava...
detestava-o de morte, este fim de dia...
em que não se consegue dizer que é dia ou noite...
Em que a televisão debita os sons sem que os ouçamos como queremos...
Não gostava e continuo a achar que não gosto, mas hoje...
hoje creio que é especial...
se calhar é da luz...
ou do frio que faz à janela...
estou do lado de fora e sinto o frio do outono...
sabe bem...
E nem a televisão me chama para dentro.
E o odor da rua é bom...
E a rua parece viva...
E eu fico do lado de fora da janela a beber de tudo isto,
e a embriagar-me com este fim de dia...
Traz-me calma... dentro da confusão...
Calma dentro da confusão. Dificil encontra-la assim...
E hoje parece que consegui...
Se calhar é por isso que estou a gostar...

domingo, 18 de outubro de 2009

Decide tu

Deixei o frio lá atrás
dentro de algo que, pensei...
pudesse aguentá-lo por tempo indefenido...
Sentei-me neste banco gelado de inverno no jardim...
E, só, olhei o céu... nem eu nem ninguém
Assim... simples demais para se complicar.
Afinal o complicado são só coisas esquesitas que servem apenas para nada...
Nada é aquilo que se tem quando tudo o resto
nos foge por entre os dedos,
só porque não sabemos fechar a mão...
Deixei-o dentro de alguém
que me fugiu, e ainda bem,
pois levou todo o frio que lá pus.
E todo o frio é tudo o que se levou se mim...
e foi tudo, no momento...
e eu pensei-me vazio da alma.
Mas acordei e tinha tudo afinal...
Tudo o resto fica...
para quem queira de mim ter mais que não só frio...
Deixei-o num sitio de que já não me lembro.
Tolda-me a imagem, a mente minha,
não consigo alcançar de novo esse frio que me causaste,
E mesmo que o procure, ou a ti pelo mundo...
Mesmo que passe por ti, não te vou ver... nem ao frio
que me assolava de sempre que resolvias virar
o meu ser de pernas para o ar...
O meu frio é contigo...
Não preciso...
Não quero...
Faz-me falta esse frio
E tu... Bem, tu tambem.
E só vou esperar
até que mo tragas,
mas, decide tu!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Deita-te


Deita-te...
e dorme.
Ou então, deita-te e,
de olhos abertos olha à tua volta
e vê com olhos de ver o que te rodeia...
Deita-te,
pensa no que corre a tua mente...
Deita-a contigo,
dá-lhe um pouco de descanso...
Mostra que tambem tu sabes quando
parar nem que seja por um segundo,
e admirar o percurso feito até aqui...
Deita-te,
só ou com quem ames...
Dá a chance a quem te quer bem,
de o demonstrar da forma mais bela que há...
Deita-te
e aprecia a paisagem...
Com calma, viaja pelas curvas e declives
do vazio de pensamentos...
Medita e livra a mente das delusões que assolam o teu dia...
nem te passa pela cabeça a viagem alucinante que é
um pouco de calma e tranquilidade...
Deita-te
e aprecia a viagem...
Se estiveres bem contigo...
venha quem vier, ninguém te vai levantar do puro prazer
que é estar no mundo sem que se esteja...
Parece impossivel?
É serio o que digo, não acreditas?
Então esvazia a tua mente e...
deita-te...
Vá, deita-te...

domingo, 11 de outubro de 2009

Serei Eu?
Dentro desta imensidão de seres que me rodeia...
dou por mim a pensar em coisas que não devo.
Sento-me à frente do azul Oceano e admiro a sua passividade...
Guardo para o Sol o prazer de o tocar nesta tarde quente de Outubro.
Serei Eu?
Que me espera na frente do mar?
Quem me espera no depois que ele engula o Sol?
Faço meus os dedos do mundo e com eles toco na agua fria...
pensamentos de tudo e todos afluem como um rio em furia...
Será meu o toque, ou de todos?
Que penso eu?
Coisas estúpidas que me vêm à cabeça
e me atiram a mente para perto da parvoice...
Serei Eu a pensar assim?
Ou será o mundo que pensa assim como Eu?
Tantas perguntas e indagações...
Estou cansado... deve ser isso...
E o cansaço atira a minha mente para fora de pé
e como a mente não sabe nadar,
quase me afogo neste mundo atroz de pensamentos esquesitos.
Quem senão tu para me dar essa mão amiga no fim de um dia de loucos.
Quem senão tu para me fazer crer que vale a pena contar com os outro, afinal...
Se não fosse isso, seria mesmo Eu?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Escreve


Escreve...
Expime em palavras o teu dentro.
Faz com que possam os outro ler o que sentes.
Ainda que o não entendam como tu,
escreve...
Põe cá fora os teus medos...
Faz com eles aquilo que fazem contigo...
Deixa-os à mercê da vida
e da crueldade dos outros.
Dá-lhes um pouco do seu veneno...
Escreve...
Partilha com quem amas esse amor sem limites
que tanto insistes em prender dentro do teu peito,
como que com medo que saia e teime em não voltar...
Escreve...
Faz palavra o teu pensamento,
já que fazê-lo voz não consigas... ou não queiras...
Torna real a ilusão que te assola a mente
e te leva onde desejas... ou não...
Hoje! Fá-lo hoje... agora que eles estão ai à porta,
prontos para sair directos para a folha de papel.
Escreve...
Escreve o teu ser...
Escreve a tua alma e espelha-a no sentido da vida
e assim... assim talvez consigas que te entendam
e até, quem sabe, te aceitem.
Escreve...
Ao escreveres estás a dar futuro aos teus pensamentos
e por pouco que seja, será por certo
uma razão de existir...
Porque se o não fizeres, eles vão ficar aí...
só para ti...
e eventualmente cairão no esquecimento...
E que morte mais atroz é aquela de desaparecer
sem que ninguém note a nossa falta...
Escreve...
Dá coragem ao que pensas,
de poder voar para fora de ti
e pelo mundo fora tocar quem precise...
Escreve...
porquanto o fizeres estarás em vida sempre que te leiam....

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Bom proveito


Deixo aqui os meus desejos.
Vislumbres de algo que algum dia, alguém sonhou serem seus...
Sentimentos de qualquer coisa que já passou por aqui...
Deixo-os para alguém que os queira apanhar, e com eles, de novo tentar... como tentei...
Aqui ficam... inertes e desprendidos de qualquer coisa que os agarre e puxe de novo para mim...
Deixo aqui tudo o que já me não faça falta...
Deixo tudo... até o meu coração, que à força,
deste ser, foi arrancado do seu estar,
simplesmente por estar.
Tudo o que há já tempo, me mantinha debaixo do chão...
à espera de ser descoberto.
Agora sou diferente... aprendi?
Não sei... mas sei que agora já não quero o que queria, agora já não sou o que era,
agora não é há pouco, nem vai ser daqui a pouco... agora é agora...
Não mais serei escravo das minhas próprias ilusões.
Não mais serei tentado a servi-las,qual escravo das emoções,
que sempre espera e nada alcança.
Aqui tos deixo a todos... os desejos que meus foram...
talvez a ti te agradem por não seres como eu...
Talvez a ti se mostrem e se realizem...
Talvez a ti te façam mais falta...
E ficarei contente se assim for...
Não serão desejos em vão.
Não serão desejos sem rumo.
E sim vislumbres de felicidade que a alguém dão proveito...

Bom proveito...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Sempre... Miguel Torga


" Recomeça, se puderes, sem angustia e sem pressa...
E os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade...
Enquanto não alcances, não descanses... de nenhum fruto queiras só metade
E, nunca saciado, vai colhendo ilusões sucessivas do pomar
Sempre a sonhar e vendo, acordado, o logro da aventura
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura, onde a lucidez te reconheças..."

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Mel


São nove horas...
E a cada hora que passa espero, desespero...
sozinho com a nevoa que me começa a envolver...
São nove horas...
E eu aqui espero por ti...
por um pouco de mel que me possas trazer,
por um pouco de doce que são as tuas palavras
um pouco de ti sempre é melhor que nada...
São nove horas...
Olho para o relogio e sei que são horas...
O dia cai em espaço sem fundo...
e arrasta consigo a noite,
que carrega de pontos brilhantes o céu outrora azul...
São nove horas...
Há horas atrás olhava para este ponto e sentia-o longe,
lá longe, distante de poder acontecer...
e queria-o como quero o ar que respiro...
São nove horas...
O som do comboio que parte da estação à hora certa...
São nove horas...
O resquicio de dia que me foje pelos olhos...
São nove horas...
O brilho das luzes feias e fracas da rua,
cada vez mais vazia de gente... de vida...
São nove horas...
e a cada hora que passa, eu te espero e desespero,
porque passa a hora e tu não vens...
São nove horas...
já esperei demasiado...
vou sair de mansinho deste meu sonho mau
e sem que ninguém veja a minha mágoa,
entrar pela rua agora vazia de sons...
de sentimentos...
Só...
ela e eu,
fundimo-nos no escuro da noite que cai...
São nove horas...

Tempo que faz


Quero que voltes... tempo,
mas tenho medo do que te posso dizer se o fizeres.
Por isso é melhor que sigas
o teu caminho sem olhar para trás.
Quero que sejas outra vez,
tenho tantas coisas para te dizer...
e se calhar nem todas são boas,
por isso é melhor que cada um siga o seu caminho...
Quero abraçar-te mais um pouco,
quero dar-te mais deste amor que sinto por ti...
mas tenho medo dele,
por isso fica por ai e não venhas...
Ou então vem,
não vá eu perder a cabeça de vez e dizer-te
alto e bom som, que te adoro de tanto te amar...
Quero que venhas...
ou que me digas que vens.
Mesmo que o não faças e me enganes,
quero que voltes...
Quero tanto que voltes...
Tanto que o não quero e pronto!!
Ilusão de delusões que se
esfumam num simples olhar...
Quero que voltes, mas sei que é impossível voltares.
Só queria entender porque é que continuo a querer que voltes...
Não acredito em impossíveis.