segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ilusão

Fugi daqui... agora não quero fazer parte deste circo de vaidades, agora estamos na altura dos hipocritas, agora estou mais esquivo e já não me deixo enganar por qualquer um que me desenhe um quadro de vida bela e atraente.
Ou, se calhar ainda deixo que me cubram os olhos e me façam pensar que tudo está bem, que todos são bons e querem ajudar...
Não me iludam... não se iludam a pensar que as pessoas só precisam de nós nesta altura... as pessoas precisam de nós todos os minutos de todas as horas de todos os dias.
Não pensem que só por ser Natal podemos pensar um pouco nos mais necessitados e isso já serve para o resto do ano... e o resto do ano?
Por favor acabem com essa hipocrisia e ajudem... ajudem a serio e não só porque é moda ou "in".
Ou senão, não percam tempo meu e de outros precioso a tentar iludir as mentes porque a que mais importa, a vossa, não vão iludir nunca.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Instantes...

  Existem daqueles dias em que a única coisa que nos apetece fazer é desligar a ficha do mundo e por instantes sentir o que é nada.
  Nada... sabem... aquela sensação, não sei se alguma vez a tiveram já, de vazio... nada...por instantes perceber a ausencia de tudo.
  Eu busco incessantemente por atingir esse ponto em que a minha mente se consegue separar de tudo o que é mundano e vulgar... e por instantes se encontra só.
  Quem me dera poder sentir como é, por instantes, estar longe de tudo... mesmo tudo e ter nada mais do que o nada para pensar a não ser no meu ego...
  Se calhar pensamos com mais clareza por não ter mais nada em que pensar a não ser em nós.
  Gostava de ter essa experiencia nem que fosse por instantes e perceber se vale ou não a pena sair do mundo para pensar.
  É que tudo o que o mundo me oferece, me faz querer estar longe dele por instantes... e por instantes esquecer que tu e todos existem... para que possa finalmente e sem entraves, pensar em mim... nem que seja por instantes

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Coragem

Hoje, no meu mundo, um pássaro tentou falar-me... veio perto de mim e, corajoso tentou chamar a minha atenção...
Não sei o que me tentou dizer, ou sequer se me queria dizer algo, mas chegou bem perto, para um pássaro.
Gabei a sua coragem a outros, que pareceram nem dar importancia a tal feito, mas eu dei... e achei o feito muito interessante.
Pus-me quieto e ele veio, pouco a pouco até mim e bem perto parou e olhou em volta, desconfiado mas corajoso... gostei de ver.
Estava junto do meu carro e lá dentro tinha ainda um pedaço de pão que sobrara do pequeno almoço. Com um pouco de esforço consegui alcança-lo sem assustar o destemido companheiro e partilhei-o com ele.
Ali ficámos uns minutos a deliciarmo-nos um com o outro, ele com o pão, eu com a sua coragem.
Fiquei contente por saber que, ainda que por instantes, posso conviver de perto com outros seres e compreende-los e eles a mim sem que seja necessário usar a fala...
Ficámos ali sem mais nada... duas mentes que naquele instante se uniram num gesto de partilha.
Comecei bem o meu dia...