segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sobra-me


Sobra-me um sopro.
Um pedaço de brisa
que o mar trouxe com ele.
Um suspiro de inverno
num dia quente de outono,
matinal...
Sobra-me um todo.
Pedaço de um momento,
deixado no canto, ao pó...
Sobra-me tanto...
Tão pouco o tempo
que sobra, em branco...
Sobram-me as ideias,
perdidas num quarto
de azul, bem escuro,
longe da mente desperta.
Sobra-me a fala.
Que me leve a mente
à tua e se faça entender,
perceber, como deve ser...
Sobra-me tanto...
Tão pouco...

sábado, 11 de junho de 2011

Se quiseres


Se quiseres, pode ser que esteja aqui...
Se for um daqueles dia de chuva molha tolos
em que nos convencemos que as gotas
que quase se não vêem, não nos molham,
mesmo que já estejamos encharcados até ao tutano.
Se quiseres que te espere,
como sempre à esquina do caminho,
sem saber ainda para onde ir.
Se quiseres pode ser que sim...
Que seja só mais um no meio de muitos...
Outros como eu, ou como tu, não sei, nem tu.
Se quiseres, toca na manhã...
Beija o nevoeiro sorrateiro...
Dá-lhe um ar da tua graça e muda-lhe as vontades.
Se quiseres encosta os teus lábios na face
quente de quem anseie por eles,
ou então não, e deixa que seja o anseio
a ganhar, a perder-se por uma tentação...
Absurda, se calhar...
Se quiseres...