domingo, 19 de dezembro de 2010

Sem sentido


O céu está a chorar...
Há um poiso preferido onde
se podem ver as lágrimas a cair...
Gostava de ser como tu
e ter sempre uma razão para tudo.
Preferia te-la, a esperar
por uma resposta que venha sempre
pelo lado errado a Alma...
Assim, de sempre que visse o céu
a chorar, do poiso preferido,
fazia respostas às minhas perguntas.
E a confusão que se gera
na chuva que é o choro do céu,
perdia-se num mar de respostas sem nexo.
Sem sentido nenhum...
Só como uma nuvem brilhante no céu...
A correr e a estender uma espécie de mão.
Uma mão que chora, sem sentido...

sábado, 18 de dezembro de 2010

Por aí


Não há sentimento forte...
Levanta-se de mim um pássaro
que foge pela janela aberta...
O frio que se entrelaça pela fresta
da porta de madeira velha,
invade este meu espaço perfeito.
A porta, fechada ao reboliço da rua,
engrandece-se ao meu olhar...
Como que dizendo-me que não...
Os sons da rua já espreitam
pelos raios do Sol...
As gotas do orvalho já adormecem
na erva do jardim...
Estes sons absurdos que teimam em
bater-me ao ouvido, já se entendem melhor...
Ou então é só um murmúrio dos céus...
Talvez um fraco som de esperança.
Talvez um sorriso matinal...
Talvez agora entenda e me dê vontade
de correr...
Por aí...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Momento secreto


Queria um momento secreto...
Que ninguém mo descobrisse.
E fazia dele aquilo que quisesse.
Queria um sentido desperto,
que os olhos me abrisse...
E que de repente me acordasse...
Fiz-me num murmúrio de mar,
calado ao vento norte
que transformou em morte
o sal que a terra sorveu
e ninguém a queria calar...
Desci às entranhas, forte,
descuidei o meu caminhar...
Se ao menos uns visse
por cá ou por lá a passar
quem sabe assim conseguisse,
sem medo, sem raiva ou pesar,
mostrar o momento secreto,
e o que de secreto visse,
deixava de me importar...
porquanto por cá existisse,
sentido que os olhos me abrisse,
para sempre irei amar...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Um sentido


Estava a ver-te lá do fundo...
Nem dei conta do tempo que passou.
Descobri que é fantástico
quando nós perdemos a noção
do tempo que passa só porque
nos agrada a companhia...
Estavas por lá, à espera.
E eu queria, juro que sim...
Mas algo me puxava para trás
de sempre que ordenava
aos meus pés que fossem
de encontro aos teus.
E fiquei, a ver-te de longe...
Só queria que o mundo parasse
por um minuto e pudesse,
sei lá como, fazer-te senti-lo,
parado, só por tua causa.
E nesse instante o sentido das coisas
virava-se ao contrario,
e os pássaros deixavam de fazer sentido,
e a chuva, de repente já não
parecia tão parva, de molhar parvos.
E já podia o Sol iluminar-me.
E aí tu olhavas para mim
e já perceberias o meu sorriso...
Aí entenderias o que sinto por ti.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Dizias que sim

Dizias que sim...
Que ganhava ao vento...
Mandavas nos meus medos.
Contavas as gotas da chuva que caía.
Os dedos das mãos gelados...
O vento que doía na cara.
A erva coberta com aquele
orvalho da manhã...
Levantei-me cedo, e depois?
Estou sempre a fazê-lo...
Não sei porquê mas
não gosto de estar na cama
sem sentir o calor do teu peito.
Já não me lembro da ultima
vez que me viste chorar...
Não foi há muito.
Foi longe de ti.
Chorei ao vento do monte.
Contei as gotas da chuva...
não sei se ganhei...
Dizias que sim...