segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ilusão

Fugi daqui... agora não quero fazer parte deste circo de vaidades, agora estamos na altura dos hipocritas, agora estou mais esquivo e já não me deixo enganar por qualquer um que me desenhe um quadro de vida bela e atraente.
Ou, se calhar ainda deixo que me cubram os olhos e me façam pensar que tudo está bem, que todos são bons e querem ajudar...
Não me iludam... não se iludam a pensar que as pessoas só precisam de nós nesta altura... as pessoas precisam de nós todos os minutos de todas as horas de todos os dias.
Não pensem que só por ser Natal podemos pensar um pouco nos mais necessitados e isso já serve para o resto do ano... e o resto do ano?
Por favor acabem com essa hipocrisia e ajudem... ajudem a serio e não só porque é moda ou "in".
Ou senão, não percam tempo meu e de outros precioso a tentar iludir as mentes porque a que mais importa, a vossa, não vão iludir nunca.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Instantes...

  Existem daqueles dias em que a única coisa que nos apetece fazer é desligar a ficha do mundo e por instantes sentir o que é nada.
  Nada... sabem... aquela sensação, não sei se alguma vez a tiveram já, de vazio... nada...por instantes perceber a ausencia de tudo.
  Eu busco incessantemente por atingir esse ponto em que a minha mente se consegue separar de tudo o que é mundano e vulgar... e por instantes se encontra só.
  Quem me dera poder sentir como é, por instantes, estar longe de tudo... mesmo tudo e ter nada mais do que o nada para pensar a não ser no meu ego...
  Se calhar pensamos com mais clareza por não ter mais nada em que pensar a não ser em nós.
  Gostava de ter essa experiencia nem que fosse por instantes e perceber se vale ou não a pena sair do mundo para pensar.
  É que tudo o que o mundo me oferece, me faz querer estar longe dele por instantes... e por instantes esquecer que tu e todos existem... para que possa finalmente e sem entraves, pensar em mim... nem que seja por instantes

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Coragem

Hoje, no meu mundo, um pássaro tentou falar-me... veio perto de mim e, corajoso tentou chamar a minha atenção...
Não sei o que me tentou dizer, ou sequer se me queria dizer algo, mas chegou bem perto, para um pássaro.
Gabei a sua coragem a outros, que pareceram nem dar importancia a tal feito, mas eu dei... e achei o feito muito interessante.
Pus-me quieto e ele veio, pouco a pouco até mim e bem perto parou e olhou em volta, desconfiado mas corajoso... gostei de ver.
Estava junto do meu carro e lá dentro tinha ainda um pedaço de pão que sobrara do pequeno almoço. Com um pouco de esforço consegui alcança-lo sem assustar o destemido companheiro e partilhei-o com ele.
Ali ficámos uns minutos a deliciarmo-nos um com o outro, ele com o pão, eu com a sua coragem.
Fiquei contente por saber que, ainda que por instantes, posso conviver de perto com outros seres e compreende-los e eles a mim sem que seja necessário usar a fala...
Ficámos ali sem mais nada... duas mentes que naquele instante se uniram num gesto de partilha.
Comecei bem o meu dia...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A arvore dos anos


Há um velho carvalho, no cimo do monte que, desde que me lembro da vida, lá está. Solitário, negro e forte.
No cimo do monte, nada mais há em torno da arvore e do cimo do monte pode-se ver toda a terra.
E o carvalho, lá do alto, zela por todos os que cá em baixo fazem a sua vida.
Numa destas tardes de tempestade de primavera, um relâmpago caiu dos céus em fúria e como uma lança atirada lá do alto pelos Deuses, acertou em cheio neste marco de história e longevidade, queimando de fogo celestial todo e qualquer recanto da arvore, deixando-a em brasa e rachada ao meio.
200 anos de vida terminaram assim, em segundos. Do chão até ao alto dos mais altos ramos, o carvalho tornou-se negro e inerte...
Hoje, olhando para ele, recordo os tempos em que daqueles ramos saíam folhas grandes e viçosas que protegiam do forte Sol de verão, todos os que debaixo de si procuravam abrigo, se sentavam, namoravam...
Hoje, olhando para ele, recordo ainda as tardes de Setembro em que juntos escrevemos no tronco do carvalho, os nossos nomes, dentro de um enorme coração, selando assim aquele nosso amor que ía ser para sempre...
Hoje, os nossos nomes ainda lá estão, agora enegrecidos e gastos dos anos e do fogo que devorou a arvore naquela tarde de tempestade.
Hoje, já não estamos juntos, mas no carvalho, lá no alto do monte, zelando por nós, o nosso amor lá está... gravado no negro... e ali parece eterno...

Se estivesses aqui...

 Gostava que estivesses aqui...
 Agora contemplo o mar e o momento é bom, sereno e calmo, mas gostava que estivesses aqui.
 Estou com as gaivotas e as gaivotas voam em torno de mim e guincham, pelo ar, alto e além, como que a querer dizer-me que gostavam que estivesses aqui.
 Olho para o horizonte e lá longe põe-se o Sol, tímido e lento, afunda-se no mar oceano, triste por me deixar só e, tal como eu, e as gaivotas, também ele gostava que estivesses aqui.
 Agora, lembro-me de tudo o que me apetece dizer... agora já não tinham travão, os pensamentos que saltam na minha mente. Agora gritaria aos quatro ventos tudo o que vem cá dentro... tu, que vens cá dentro e nem sabes que sim... agora que não estás, e os quatro ventos... e o Sol... e as gaivotas, tal como eu gostavam que estivesses aqui.
 Aqui na beira do mar me encontro com o fim do dia e com a saudade de te sentir respirar, com a saudade da tua pele arrepiada com o frio do inverno, e eu agasalhava-te para que não tivesses frio...
 Como aqui não estás, as palavras que grito para os ventos e para o Sol e para as gaivotas, morrem logo aqui, na praia... Morrem na areia só porque queriam que estivesses aqui...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Hint of the day...

The time it takes for you to understand that there is more in life than just to live it... it´s the time of your life.
So you should think that it is possible for you to die today instead of tomorrow.

Cinema

Chego, entro na sala e sento-me com o pacote das pipocas, à espera que começe...
Perdido por aqui, até me esqueço da horas e do tempo que passa comigo distraido pela verdadeira ilusão.
Parece que quero e desejo fazer parte deste filme, parece que estou à espera de algo que me possa dar balanço para o que tenho de fazer...
Parece que o filme vai começar...
Parece que agora o mundo lá fora esta em pause porque vai começar o faz de conta, e eu procuro-me lá...
Parece que tenho de ter balanço, como se eu próprio não fosse capaz de o gerar.
Depois de tudo o que vivo na vida louca esta, ainda tenho de procurar?
Acho que não me apetece, não tenho nem vontade nem força para o fazer.
Devia ser como no cinema, as coisas são, aparecem... somos herois quando queremos, é só estender a mão e as pessoas estão lá para nos aplaudir... o cinema é ilusão... mas se calhar não devia ser... devia ser a serio para que as pessoas se apercebessem do que é viver.
Devia ser como no cinema, quando queremos tudo acaba bem e os bons são sempre bons e os maus são sempre maus... mas no mundo real o cinema é ilusão.
Sei disso e mesmo assim fico aqui, a alimentar esperanças de que um dia possa estar nesse filme... de um dia sem que o perceba, se note que estou à espera de ouvir o realizador a gritar: Cortaa!!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Hoje

Hoje despi o manto que cobre a minha alma e chorei.
Chorei apenas porque sim...
Apenas porque me lembrei de todos os outros.
Aqueles que nada são, que nada almejam, pois nada esperam.
Hoje estive com eles e deparei-me com o seu sofrimento,
o seu medo, a sua timidez... perante a vida.
Hoje apercebi-me de que, se quisessem... se pudessem, seriam donos do mundo...
do seu mundo, e no seu mundo fariam coisas magnas e soberbas.
O seu mundo seria o de todos, como todos queremos que seja... ainda que hipocritamente.
Hoje soube que também sou eu o culpado pelo seu sofrer... 
tenho culpa pois sou indiferente...
Subo aos infernos e deparo-me com tudo o que aqui existe.
Com as guerras de poder em que sofrem os mais fracos, aqueles que nem se podem defender.
Hoje sou mais forte e tento por tudo terminar com todo o fel.
Hoje como sempre, chego ao fim do dia a lutar contra a corrente... 
Por isso, despi o manto que cobre a minha alma... e chorei.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Inicio do fim

Lá em cima, no alto dos teus debeis pensamentos, há um ponto onde todos querem chegar...
Querem mas não alcançam porque para alcançar esse ponto antes há que contrariar o sentido atroz da existência e tentar escapar incólume à furia do que se abate em nós primeiro.
Faço-me de mim primeiro e só depois deparo com a mentira que eu próprio criei.
E ali, acreditei que mentia ao pensa-lo bem alto para que todos ouvissem... não foi de mim afinal.
Fiz-me de ti.
Assim, sem mais nem menos, e de ti fiz o mundo que agora vejo diante dos meus olhos...
Gostei do que vi no incio do fim, mas agora que acabou este triste espetáculo de fazer adormecer as mentes, caio em mim outra vez e o panico escurece-me a visão.
Ao passo que se ferem e matam os os cães que encontro, neste mundo de pedra negra e molhada, sedentos de raiva e sangue, sigo o meu caminho, mas sempre atento... não quero fazer parte deste vil espetáculo de tristes vaidades. Quero antes seguir e continuar até onde me esperem sereias e anjos que possa ver, finalmente sem olhos de pena.

domingo, 16 de novembro de 2008

Sentido

Ainda o sol não faz dia já tu estás à porta, à espera de algo nem tu sabes bem o quê, mas pessimista no teu pensamento.
E se vier...?
É que sei que estás convicta de não vai chegar o momento, mas... e se chegar?
Que vais tu fazer perante a tua preplexidade?
Como vais reagir quando assim, de repente, do nada, tu olhares e vires que à tua frente está o resto do que falta para que tudo faça sentido?
E será que o reconheces?
Será preciso que to digam?
Será que o vais ver da mesma forma que todos nós?
Estarás tu preparada para enfrentar tudo e todos para partires rumo ao resto do teu caminho?
Sabe-lo-ás de certo quando a altura chegar... sim porque vai chegar... e de nada adianta estares aí a pensar se só acontece aos outros, porque sabes de antemão que isso são clichés inventados para demover da responsabilidade da vida, todos os que dela têm medo.
Prepara o teu precurso, pelo sim pelo não, é melhor que começes a contar com isso enquando esperas... ainda antes do sol... à porta.

sábado, 15 de novembro de 2008

Queixume

 Às escuras sou um simples vulto no silencio, tentando desesperadamente obter algo que me possa fazer crer neste infindável mundo de horrores...
 Sou apenas mais um entre os demais... nem me destaco de ninguém porque se calhar todos são como eu... iguais.
 Iguais à nulidade de atentos ao destino que se forma a cada passo que damos a caminho do futuro.
 E os passos que damos, juntos ou separados são dados viciados que a cada jogada da vida, em nada obedecem à nossa vontade... antes se tornam contra nós como adversários no jogo magistral e nos devoram a vontade de crescer...
 Antes fora um dos outros, que mais fortes se tornam por não terem que penar nestes campos de furia e vil maldade. Antes fora um dos outros que de iguais nada se assemelham e cruzam estes campos de infurtúnio impávidos e serenos, como que acima de todas estas delusões...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

É teu

O meu coração é teu.
Quero que o saibas agora... o meu coração é teu.
É o meu coração. É com ele que sinto e vivo as minhas emoções... É com ele que sofro os dissabores da vida. É ele que me diz quando devo estar feliz ou triste.
Mas que fique certo aqui e agora, é teu.
Dei-to no momento em que vi os teus olhos pela primeira vez. E sei que nem eu reparei, mas assim que te vi, ele saiu de dentro de mim a correr na tua direcção e desde aí não mais te largou.
E agora que é de ti?
De repente não mais te ouço, nem vejo, nem cheiro... não és...
Não sei de ti, nem do meu coração...
Estou desesperado... perdi de repente as duas coisas mais importantes e não sei como reavê-las.
Queria que voltasses de novo à minha vida... nem que fosse só para me devolver o meu coração.
Sei que está contigo, pois tudo o que sinto agora no seu lugar é um vazio enorme.
E o meu coração vai despedaçar-se quando mo devolveres, mas decerto saberei colar todos os pedaços e po-lo de novo a funcionar... e vai durar mas as feridas saram com o tempo.
Mas se quiseres ficar com ele, volta e vem e posso partilhá-lo contigo... para sempre...

Tempo

Tarde de outono. Nuvens cinza e vento cortante. Ar frio e humido.
E eu aqui... sem nada para fazer. Ou por outro lado, com tanto para fazer e aqui... preso a esta monotonia que me não permite usar estas horas preciosas em bom proveito.
Aproveito para escrever. Escrever o que voa perdido por dentro desta mente que tanto deseja e nada alcança.
Acho que assim, pelo menos não se desperdiça completamente este tempo perdido. Ao menos assim, escrevendo já não é tão forte este sentimento de frustração pelo tempo que desperdiço.
Tempo que tanta falta faz a muitos seres que dele necessitam e que, por ironia do destino não podem ter...

domingo, 26 de outubro de 2008

Fria

Faz frio cá fora.
E eu cá fora te espero. Com frio te espero.
Sedento de ti nem sei o frio que faz... nem sei o fraco que estou... nem sei o quanto estarei.
Sedento de ti, espero... no frio e na escuridão.
Faz frio cá fora.
Agora sinto-o. Cresce implacável e sereno por meu corpo a dentro. Meu corpo desprotegido contra este frio que cresce...
Sinto o frio que chega, chega aos ossos e despedaça a minha força de aqui ficar... à tua espera.
Assim é dificil esperar.
Assim não posso ficar...
Faz frio cá fora.
O frio é mais forte que a minha vontade de te ver.
O frio é mais forte que a minha força de te esperar...
O frio quem o trouxe foste tu... com essa tua ausência.
O frio que me deste é cruel... mas descansa, que tenho como me proteger.
E hei-de fazê-lo... quando o teu frio me for insuportável.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Duvida

Já lá vem o autocarro.
Está a chover e ele vira a esquina e dentro de momentos vai chegar...
Tu lavantas-te e preparas-te para entrar nele e eu penso:
- Rapido, diz qualquer coisa!! Agora!! Mas nada sai... e chove... e chega, e abre a porta e tu entras... e eu fico... na paragem... porque este não é o meu autocarro... e a porta fecha e o autocarro arranca. E conforme se afasta eu vejo-te lá dentro a procurar algo e... olhas para mim e vês que fiquei... e nesse instante eu penso:
- Estupido!! Devias ter dito alguma coisa... tanto tempo ali, juntos... à chuva...
Olhares a desviar, semi sorrisos um para o outro e eu podia ter dito algo... metido conversa e se calhar agora estavamos os dois a falar um do outro... um com o outro.
se calhar já sabia o teu nome e tu o meu e estavamos, se calhar, a caminho de um café para uma bela conversa que poderia ou não dar certo... agora já não vou saber.
Quem sabe uma bela relação de amizade... agora já não vou saber.
Quem sabe uma relação ainda mais forte e segura... daquelas que depois duram anos e anos... agora já não vou saber.
Se calhar até dava em namoro, porque até te achei bonita... e tu? Será que gostaste do pouco que viste em mim?... agora já não vou saber...
E se calhar daqui a muitos anos, estariamos os dois bem juntinhos a contar aos nosso netos como nos conhecemos assim por olhares e uma conversa fiada na paragem do autocarro, à chuva... agora nunca saberei... a não ser que te encontre por aí outra vez, numa qualquer paragem de autocarro. E mesmo que te encontre, será que vou reconhecer-te?
Pelo sim pelo não, da proxima vez que isto acontecer, vou meter conversa contigo... afinal o pior que pode acontecer é tu não me ligares nenhuma e voltares a cara para outro lado... e eu fico na minha... um pouco desiludido... mas pelo menos já não tenho de viver assim... na duvida!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A derradeira Senhora...

Vim aqui para ti...
Sou eu quem traz o relogio dos tempos. Sou eu quem sabe quando termina tudo... e quando tudo terminar sou quem te vem ver em ultimo lugar.
Sou eu que te dou a mão quando já ninguém te vê ou ouve. Estou aqui e estarei até que te convenças de que não há outro caminho a seguir senão comigo.
E quando souberes finalmente que a mim, de mim não tens alternativa, então dá-me a mão e levar-te-ei comigo... para onde?
Isso só eu sei, mas asseguro-te que aqui, comigo jamais voltarás...
Aqui é passado já. Aqui não mais existe quando tu saires.
E quando saires, eu farei com que tudo cesse... para sempre.

Um amigo

"" De que servem as letras, dedicatórias e afins. Palavras gastas ao som de uma banda sonora colorida.
Copos meio vazios, cigarros por fumar...
Porquanto mais vendavais nas encostas e penhascos, nas calçadas. É aqui. Onde os olhos se cruzam e os dedos se encontram, onde as dedicatórias somos nós. Somos nós que nos perdemos nas musicas destas noites de tertúlias sem sentido. Onde todo o paradigma e esta gente, tu, eles, nós.
Amizades que se perdem, que se encontram ou desencontram.
Independentemente... existe. ""
by: Homónimo.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Para ti...

Raio de sol puro, branco e quente
Como o calor do fogo a crepitar
Que em ti, de ti não espero nada
Senão calor que me não queiras dar

Salto daqui para o vazio, para o infinito
Em busca desse sol lugar
Só em ti de novo o encontro
Em ti só, sinto que mo podes dar

Assim estou neste mudo mundo
Cheio de dor magoa e pesar
Mas depressa dele me desprendo
Se contigo me queiras levar

Contigo ao fim do mundo vou
E vou em pressa sequer de voltar
Vamos juntos ver o nascer do dia
E juntos com a nossa felicidade
Faremos todo o mundo corar.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Karma

Dás com uma mão mas tiras com a outra,
sem que te apercebas, dás a conhecer o teu lado negativo.
Sem que te apercebas mostras o mau que há em ti...
Sem querer fazes mal e nem notas...
Não notas até que esse mal se vira contra ti.
Vira-se contra ti e tu ignorante de tudo não sabes porque razão se passa o que se passa.
Dizes-te a ti mesmo que não mereces... será?
Olha bem para trás... mas olha bem... e vê o que fizeste no passado.
Se calhar até nem é mau aquilo que te aconteceu... tendo em conta o que fizeste...
Se calhar até que podes viver sem o remorso da culpa, da incerteza, da ignorância...
Antes de poderes culpar o mundo pelo mal que a ti vem, busca o teu passado e aí encontrarás, quase sempre, a razão de tudo o que te acontece.
Aprende com isso e leva uma vida melhor... para teu bem.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Furia...

Eu juro que se eu quisesse não conseguia.
É incrivel a forma como os sentimentos de raiva e ódio se apoderam de nós sem que possamos fazer algo contra.
É incrivel a forma como podemos ficar fora de nós assim, de repente, e depois vamos e descarregamos a nossa furia contra a primeira pessoa que vimos.
Assim, sem sequer saber se essa pessoa tem ou não culpa daquilo que nos aconteceu.
Gostava de, nestas alturas, ter um dispositivo na minha mente que me desligasse... por uns instantes... fizesse um "reeboot" ao sistema e me fizesse pensar bem entre explodir ou conter-me na minha reacção...
É que muitas vezes nós voltamo-nos contra quem pode não ter nada a haver com a situação, e isso tira-nos toda e qualquer razão... e depois ficamos ainda pior porque a frustração de ter descarregado em cima de quem não tem culpa é ainda pior do que a situação em si... irónico não?

domingo, 12 de outubro de 2008

Mole...

Hoje não quero escrever sobre nada.
É daqueles dias em que nada que nos vem à cabeça faz sentido... parece que todos os pensamentos são estupidos, por isso hoje não vou escrever sobre nada... nem sobre amor, nem sobre alegria, nem dor... nada.
Está cinzento o dia, mas ate gosto de dias assim, só que este está abafado... tira a vontade até de mexer os neurónios... tenho uma amiga que diz que os meus neurónios se chamam Tico e Teco... como que a dizer que só são dois... se calhar nem esses querem trabalhar hoje... estão de greve, por falta de condições laborais... se forem só dois, os horarios que têm de suportar merecem um bom dum aumento salarial... suficiente para ser revindicado com uma greve... e depois fazem-me pensar que é por causa do tempo abafado...
É que está mesmo desagradavel, abafado, e quente... mas parece que vai chover... tempo esquesito.
E depois dá esta moleza à gente, que amolece e depois fica como que zombies a olhar para ontem... e não lhes apetece fazer nada, nem escrever... como a mim.

sábado, 11 de outubro de 2008

Happy happy joy joy

Hoje quero dizer a todos os que me lerem, que sou feliz, e estou feliz...
As coisas até nem têm corrido muito bem por aqui... afinal, a minha vida deu há bem pouco tempo uma volta enorme e... digamos que quase tive de recomeçar tudo de novo...
Mas o importante é que recomeçei, e deparei-me com uma nova versão de mim que não conhecia.
É giro este novo eu, e gosto bastante do que estou a descobrir em mim... mas isso não interessa agora. O que interessa é que descobri que sou uma pessoa feliz... que está rodeada de pessoas excepcionais e que eu durante muito tempo, por estupidez minha... negligênciei. Mas isso, segundo o que creio agora vai deixar de acontecer...
Descobri que posso conhecer gente nova e interessante e isso dá-me uma pica tremenda de viver e viver bem e aproveitar o sol e a chuva e o vento e o mar e mais que venha... venha!!
Descobri que o trabalho que tenho, me faz sentir bem e realizado... gosto de estar com pessoas novas, e descobri que afinal este mundo até tem gente que vale a pena... e isso deixa-me bastante mais seguro em relação ao meu futuro...
Descobri que afinal nem tudo o que é mau é realmente mau... às vezes temos de passar por situações menos felizes para que possamos dar mais valor a certas coisas da nossa vida...
Obrigado a todos voces por fazerem parte da minha vida. Tal como me ajudaram a mim, saibam que no que depender de mim, podem contar comigo... hoje e para sempre...

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Acorda-me

Buscas por mim incessantemente, buscas a minha atenção. Tentas tudo por tudo para que repare que me chamas.
Mas eu estou surdo, cego. Não consigo perceber a vida que corre, veloz, à minha volta. Preso dentro desta ilusão que eu próprio criei.
Parece que te ouço, lá longe, mas não percebo o que me queres dizer.
Tolda-me a mente, um suposto paraíso que não existe, afinal. Mas eu ainda não me apercebi da mentira em que estou imerso... e tu tentas, de longe, muito longe, dizer-mo, mas eu não te escuto...
Tambem eu estou longe, longe de ti... não que queira estar longe de ti, mas é que o paraíso que se me depara, a ilusão que não sei que o é, parece-me tão real, que tudo o resto se esbate num misto de nevoa com escuridão.
E tu queres acordar-me... deste sonho que dictatorialmente se apodera da minha mente, e eu sei que sim, mas o sonho, por mais sonho que seja, é tão real... tão real quanto tu a tentar puxar-me de novo à realidade... tentas acordar-me mas eu não quero acordar...
Não agora...
Acordarei deste sonho, um dia... e quando o fizer, de certo já não te vou encontrar, ali ao meu lado... e nessa altura dar-te-ei razão... mas até lá... deixa-me sonhar...

Que inveja...

Este vento que bate agora na minha face é bom... sabe bem... onde será que esteve? Por onde andou? Onde irá a seguir, logo depois de vir de encontro a mim?
Se calhar passou por aí, onde te encontrou. Se calhar tocou na tua face, tal como toca na minha agora... e será que, tal como eu, ao tocar tua face, ele se apaixonou?
Se calhar sim... e depois, tal como eu, por ai saiu, pelo mundo a bradar e cantar a todos quantos encontrava o feliz que estava por ter, finalmente, encontrado alguém a quem dar todo este amor que existe cá dentro...
Gosto deste vento... quente e forte, mas, ao mesmo tempo, tenro, que bate na minha cara. Gosto de pensar que hoje, já passou por ti... e agora vem a correr na minha direcção como que a querer dizer-me que te viu hoje primeiro do que eu...

Dá-me vida

Luz fosca, luz vaga
ilumina ténue o meu âmago
sem luz que chegue sequer para se ver
Passas por mim e vais... para lá...

Nem vês que nesta suposta escuridão
brilha, fraco, um brilho de branco e cores
mas é fraco e não se vê a não ser que se busque

E tu agora nada buscas, por isso não vês.
Não vês e à tua passagem eu grito
mas é um grito ténue o do meu âmago
sem som que chegue sequer para se ouvir
Passas por mim e vais... para lá...

Nem ouves que neste suposto silêncio
estou eu... em pé... esperando que me dês vida...

Longe

Estás longe, mesmo longe
Tão longe... e o longe é mesmo aqui
De tão longe que estás consigo tocar a tua pele e senti-la suave, quente, macia, mas longe
Tão longe te encontras com teus pensamentos
Tão longe estás e eu aqui, ao pé de ti, procuro-te
Sinto-me com coragem para pegar na tua mão e contigo sair pelo mundo a perguntar por ti...
E tu aqui, comigo, onde estás?
Procuro-te sem parar enquanto te sussurro ao ouvido coisas bonitas de ouvir.
Tu nem ouves, de tão longe que estás...
olho-te nos olhos e os teus olhos olham para mim... de longe... tão longe.
Falo-te e tu respondes... de longe e sem nexo nenhum.
Será que demoras muito a chegar?
Se chegares vens de longe... ou nem vais sequer chegar...

Não estás

Cheguei a casa, deixando para trás tudo o que me deprime, mas tu já não estás.
Trouxe-te flores, mas tu já não estás.
Queria oferecer-tas e levar-te a jantar no restaurante onde fomos felizes juntos pela primeira vez, mas tu já não estás.
Queria mostrar-te as coisas do mundo de onde vem a tua beleza, mas tu já não estás.
Queria dizer-te coisas bonitas ao ouvido e ver a maneira como sorris quando tas digo, mas tu já não estás.
Tinha um mundo de carinho para te dar... assim... sem pedir nada em troca, mas tu já não estás.
Íamos ver o pôr do sol abraçados num abraço suficiente para abraçar o mundo inteiro com amor,mas tu já não estás.
Levava-te em meus braços por onde quisesses, mas tu já não estás.
Não estás e como não estás, procuro-te, tento chegar a ti, tento falar-te, para que saibas o quão importante és para mim, mas tu já não estás.
Saio para a vida com o coração partido, ferido de incerteza, cheio com uma magoa que doi...
Tudo passará com o tempo... e queira Deus que não voltes... aqui, a dizer-me que sim, que queres agora fazer parte de mim... porque aí... aí vou eu dizer-te que no meu coração, tu já não estás.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

És tu...

Foi este corpo suado e cansado que encontrou as aguas frias da baía, envolta em névoa vespertina neste fim de setembro.
Entro... está fria... bem fria... recordo...
Recordações do calor que aqui já senti na minha pele, das alegrias que estas mesmas aguas já me trouxeram... e não há muito tempo.
No entanto, tudo o que agora vejo e sinto é silencio, vazio e solidão... será possivel que o mesmo local, a mesma hora, a mesma agua possam trazer sentimentos tão distintos??
Será a noite que os tráz?
Não creio, pois já passei grandes noites regadas com boa conversa e alegria...
Será o frio que os tráz?
Tambem não acredito, pois dos melhores momentos que recordo com saudades da minha vida, passei-os à lareira numa noite fria de inverno...
Este corpo, agora mais calmo e relaxado, larga finalmente as redeas que seguram a minha mente e permitem-na vagear pelo limbo e recordar melhor esses momentos...
Ponho-me a pensar em tudo o que passou e chego à mais simples conclusão...
Todos os momentos felizes que passei na vida, foram recheados de pessoas e seres que amo.
São eles que dão vida, cor e alegria às coisas.
Foi com eles que consegui ver luz na escuridão, o magnifico no horrivel, o doce no fel...
Descobri tão somente que são voces meus amigos, meus verdadeiros amigos, a razão da beleza no mundo...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Lembra-te

Lembras-te de mim?
Sou aquela pessoa, sim, pessoa por quem tu passaste hoje, com a pressa do costume e nem sequer quis ouvir o meu lamento...

Lembras-te de mim?
Sou aquela pessoa, sim, pessoa que insistentemente te pediu ajuda... e que tu pura e simplesmente ignoraste...

Lembras-te de mim?
Sou a pessoa que ao ver a tua indiferença perante meu sofrimento, perdeu toda a esperança no mundo que a rodeia...

Lembras-te de mim?
Sou a aquela pessoa que se enfureceu com toda a desgraça que orbita em torno de si...

Lembras-te de mim?
Sou a pessoa que hoje viste na T.V. e ouviste na radio, que matou a familia e pôs termo à vida da forma mais violenta possivel...

Lembras-te de mim?
Sou a pessoa de quem tu disseste, ao ver a T.V. " Porque tinha ela de fazer isto? Mas porque não pediu aquela alma, ajuda a alguém? "

Eu pedi, lembras-te?

terça-feira, 30 de setembro de 2008

É grave...

Tenho um problema grave.
Não é nada que influa directamente na minha saude, é uma coisa mais emocional... mas não deixa de ser grave.
É um problema que se revela de todas as vezes que me dou a conhecer a pessoas... tenho a nitida sensação de que elas ficam a conhecer-me muito mais rapido do que eu a elas.
Não sei muito bem porquê mas tenho a mania de pensar que toda a gente no mundo merece confiança, então ai vou eu, todo lampeiro e altivo a contar a minha vida de trás para a frente e a revelar segredos obscuros do meu ser a estas pessoas que cedo se apercebem de que podem usar-me a seu bel prazer.
É um problema grave aquele que tenho porque quando me sinto traido, geralmente viro-me em furia para aqueles que realmente não merecem...
Não é nada que influa directamente na minha saude, mas quando o faço isso deixa-me doente, pois sei que no fundo eles não têm culpa que os trate assim.
O problema é que quem me fez mal não se sente atingido por mim...
Claro então? Já conhecem a pessoa que aqui vai dentro, não há já nada que as surpreenda...
É grave o meu problema... tenho a necessidade de tentar resolve-lo o mais rapido possivel... se ao menos soubesse como faze-lo, mas não sei e por enquanto vou ter de suportar este problema... o de ter as paredes do meu coração tão finas que, se se escutar com atenção, se consegue ouvir do outro lado...

De mim para ti...

Vai buscando pela tua vida por alguem
com quem possas partilhar as coisas más.

Porque quando chegar a altura é a elas
que te vai saber bem contar coisas boas...

Diogo Sobral 2008

Planicie

Pela planicie vazia de tudo, caminho.
À minha frente, mau tempo se avizinha... nuvens de furia cavalgam velozes, os céus, na minha direcção.
Em breve se abaterá sobre mim toda a força e violência da tempestade que aí vem...
Mas eu, impávido e sereno, continuo meu caminho, traçado lá longe atrás de mim há já muito tempo.
Pela planicie vou, neste trilho que me leva nem sei bem para onde, mas vou... e sigo em frente, de frente para o que ai vem.
Se tenho medo?
Sim...
Receio?
Tambem... mas o caminho que percorri até aqui já conheço bem. Se voltar para trás agora não mais vou ter surpresas na vida.
Por isso sigo... e a tempestade aí vem, forte e perigosa, mas sei que depois vem a bonança.
Só tenho de ser forte e vencer o medo, e passar por entre e furia dos trovões para que o azul do céu me volte a ver...
E o azul do céu há-de voltar a ver-me... e aí continuarei pela planicie sempre em busca de novos ventos e tempestades...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Vamos todos?

Desprendo-me da frenética vidinha que levo.
Solto as amarras e parto deste porto que me prende.
Vou para aí, para onde estás
Onde não tenha de me preocupar com nada
Aí não há dor
Não há desilusão
Não há falsidade
Aí há tudo isso e muito mais
Mas aí já não estou só
E se formos todos
Nós... aqueles que merecemos ir,
Se formos todos tudo o que há por ai é dor, mas uma dor boa
E já não é desilusão, mas diversão
E já não é falsidade, mas amizade
Não achas que vale a pena?
Vamos? Vamos todos...

A festa dos espertos vai acabar...

Lá está... é este o tipo de pessoas que se esbarram contra nós todos os dias.
Pessoas que nos abordam, se dão a conhecer e se dão tambem ao trabalho de montar gloriosas e complexas fachadas, tudo para que deste lado as imaginemos como algo que, de todo, não são.
Estou sinceramente a ficar farto de toda esta forma de viver desta sociedade cada vez mais podre e falsa.
É um sentimento de desespero, aquele que sobe à minha mente, porque sei e conheço bem a lei do Karma, e sei tambem, ao contrario de muitos outros que por ai andam,que esta lei, desconhecida para muitos, rege a nossa vida.
Preocupa-me de sobremaneira o facto de as pessoas não se aperceberem de que as coisas más que acontecem, acontecem porque no passado essas mesmas pessoas prejudicaram de alguma forma a vida de outras.
E como diz o ditado : What goes arround comes arround.
E toda a gente sabe.
E toda a gente continua na sua vida de fachada e cinismo.
Para quê?
A simplicidade é tão mais simples... tão simples quanto entender o que está aqui escrito.
Eu não posso fazer mais por vós do que tentar que percebam...

Bem...

Assim que chego vou ver se estás

Logo que vou penso se vens...

Assim de repente penso em tudo

Logo como nem se pensa em nada.

Assim num jeito desastrado

Logo que entro porta fora...

Assim que ponho os pés na rua

Logo fico desamparado e fragil...

Assim não quero mais ser eu neste rio de tormentos

Logo que chegues me salvarás

Assim que te veja conhecerte-ei

E depois, logo juntos passaremos a vida assim... bem...

domingo, 28 de setembro de 2008

Mudo

Mudo grito, mudo silencio, preso neste mar de fel e horror...

Mudo és sempre que és frio e vil sem que de mais ninguem te apercebas

Mudo sou e serei ao toque negro do ferro que com raiva se esbarra contra mim

Mudo ficas sem pensar sequer no que dizer para mostrar a tua indiferença

Mudo é este mundo cintilante de gagos e fracos que mal coragem têm de se exprimir

Mudos são todos os que fecham a mente ao sofrimento e ao vê-lo apenas desviam o olhar

Mudo? Eu? Nunca... de mim jamais ouvirás silencio... não enquanto sofrimento vingar como heroi nesta terra de hipócritas...

Fevereiro 1990


A chuva bate, a rodos, contra a janela do carro. A cada gota que se esborracha contra o vidro, uma lagrima se solta destes olhos, já de si cansados de tanta injustiça.

Tudo nesse momento é em vão, todos os esforços são infrutiferos...

É mesmo real? A serio? Nunca mais?

Como pode uma pessoa viver o resto da sua vida sabendo, ou tentando compreender a falta que vais fazer??

Estou furioso contigo!!! Como foste capaz???

Partires assim, sem tempo, ao menos, de te despedires, sem um adeus sequer... nada??

Vais embora e deixas-nos, sozinhos aqui, nesta algazarra de mundo que nos obriga a ser grandes de repente e a aprender à força, por nós próprios a forma de lidar com esta revolta que cresce dentro de nós!!??

É injusto, horrivel, insano!!!

Mas depois penso... não foi tua a culpa, Mãe... sei que não querias partir, sei que a ti tambem bateu a mão pesada desse vulto misterioso a quem chamam destino... sei que que a culpa não é de ninguem, mas de alguem... algo que se chama vida... essa PUTA que insiste em estragar sempre o que de mais belo e terno nós conseguimos construir.

Tenho tanta vontade de ti Mãe... tanta que doi...

Mas a dor que sinto é boa e quente, porque sempre que a sinto, lembro-me de ti...

Não gosto

O Sol baixa, lento à minha frente... aproxima-se cada vez mais do ponto onde se vai fundir com o oceano e despedir-se de mim, pelo menos por hoje.

Quando passar esse ponto... quando deixar de o ver, vai chegar a parte do dia que menos gosto. Aquela parte em que nem é dia nem é noite...

É estupida esta parte do dia... nem sei bem porquê mas tenho-lhe uma aversão que nem posso.

Faz-me sentir triste, se calhar, porque inconscientemente me recorda que mais um dia se passou sem que pudesse realizar os desejos que pulsam dentro de mim... ou se calhar é por deixar de ver aquela luz branca tão caracteristica dessa força maior que é o Sol, ou se calhar até é só capricho meu porque tenho, por ter de ter, uma parte do dia que não goste... não sei.

Mas sei que agora que estou a viver esta parte do dia, se é que ainda é dia, mas esta parte do dia particularmente... não gosto!

Talvez a unica coisa a fazer-me suportar este momento do dia seja uma boa companhia que me faça reparar nas cores do ceu do lusco-fusco... mas mesmo assim, não gosto!

Se estou sozinho tento tudo para não ter de reparar neste lusco-fusco... até o nome é ridiculo...

Fico rabugento, se estou nostálgico então, torno-me insopurtável... ainda bem que estou sozinho.

Não gosto e pronto... o fim do dia é-me irreal e isso assusta-me... não gosto!

Fica aqui comigo...

Fica aqui comigo, tenho medo da solidão.

Fica aqui comigo, de ti eu nunca me canso.

Fica aqui comigo, sem ti o mundo é vil.

Fica aqui comigo, deixa-me ser egoista.

Pois sei que mais mundo precisa de ti, sei que a mais mundo dás tu importancia, sei que não sabes o que sinto, pois ninguem nunca saberá de minha boca o que morre e vive cá dentro.

Fica aqui comigo, só mais um pouco.

Fica aqui comigo, deita-te junto a mim.

Fica aqui comigo nem que seja só desta vez.

Fica aqui comigo, sou egoista... eu sei.

Mas se ficares aqui comigo,

eu prometo que te partilho com o mundo.

De Miguel Torga

"Recomeça, se puderes, sem angústia e sem pressa.

E os passos que deres, nesse caminho duro do futuro...Dá-os em liberdade.

Enquanto não alcances, não descanses...

de nenhum fruto queiras só metade

E, nunca saciado
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar.


Sempre a sonhar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.


És homem, não te esqueças!


Só é tua a loucura
Onde a lucidez, te reconheças."

O que quero

Não quero perder a minha vida diante de mim,

não quero perder tempo precioso, a pensar no passado,

não quero perder o sabor que tem a velocidade da nossa passagem por este mundo, onde a ilusão e o real se fundem de uma forma desordenada e estupida,

não quero que o ilusório se funda com o real na minha vida,

não quero ter de me levantar todos os dias e pensar na falta que me fazes,

não quero ter de viver mais um dia sem poder falar-te, ouvir-te, sentir-te, amar-te,

não quero que se saiba o quanto me custa tudo isto,

não quero mostrar ao mundo que afinal sou fragil,

não quero que saibam que posso sentir e sofrer como todos os outros.

não quero ter medo de tomar decisões,

não quero ficar sem tempo para gastar à desgarrada,

não quero ter de te dizer que não,

não quero que haja impossiveis,

não quero que sofras, nem tu nem ninguem,

não quero que este mundo continue a ser cego e surdo aos que dele necessitam,

não quero nada disto

não quero escrever tudo isto

não quero...

Só quero que leias e te apercebas... só isso.

...

Não tenho palavras.

Queria escrever sobre algo mas não tenho palavras. É estranho não ter palavras porque elas andam aí à vista de toda a gente e, de certo, ao alcance de todos, mas hoje, não sei porquê faltam-me palavras...

Palavras para descrever o que quero, palavras que me dêem sentido ao coração, palavras que digam por si o que pensa o meu cerebro.

Palavras boas como o amar sob uma lua cheia de verão, palavras más como o odio de chamar as pessoas com palavrões, até esses me faltam hoje..

Olho para esta folha de papel em branco e este branco parece-me aqui mal... parece que está à espera de ser preenchido por tinta, ou carvão mas faltam as palavras na ponta do lapis, na ponta da esferografica, no principio do meu pensamento. E sem ele a esferografica não serve de nada... nem o lapis.

Hoje faltam-me palavras, por isso não escrevo mais até que as palavras façam as pazes comigo, ou que me perdoem o que quer que lhes tenha feito. Foi sem querer, desculpem... e voltem porque me fazem falta...

Os anos

Passam e passam sem que nos apercebamos do quão rapido passam por nós... e nós, obliveos de tudo o que passa quando passam os anos por nós, nem nos apercebemos daquilo que os anos nos trazem e passa bem ao nosso lado e nem sabemos de tudo e nada até que olhamos e vemos que já passou e nós nem vimos passar e nem agarrámos a chance de, nem que fosse por um momento, dizer que agarramos aquilo que os anos nos trazem sempre...

E quando passam os anos por nós é que vemos tudo... mas vemos sempre depois e nunca antes... porquê??

Vês?

Só não sei quando me deixarás perder-me nesse teu mundo azul mar...


É que do resto, eu já sei...


Sei da brisa fresca e leve que lembra o teu ser...


Sei desse teu jeito que deixa qualquer um à mercê do ataque feroz e violento do teu sorriso...


Sei da força que se gera dentro de mim de cada vez que me lembra essa tua vontade de mudar o mundo e todos à tua passagem...


Sei da alegria sem precedentes que invade o meu coração quando, sem razão aparente me dizes " hoje lembrei-me de ti"...


Sei do céu azul e belo que vejo sempre que estás por perto


Sei das mil e uma cores que cria a vida em torno desse teu olhar...


Sei de tudo isso... só não sei quando é que eu posso entrar...


Posso entrar?...

Saudade...

Tenho saudades do mar bravo, saudades do ceu cinzento, saudades do frio, saudades da noite.

Tenho saudades, da minha mãe, saudades do meu pai, saudades das minhas irmãs, e dos meus primos.

Tenho saudades, da alegria das noites de festa, saudades dos fados à desgarrada, saudades das guitarras a tocar nas mãos dos meus amigos.

Tenho saudades da terra, saudades do rio, saudades das pescarias com o tio.

Tenho saudades do calor do verão transmontano, saudades das noites quentes de cigarradas, saudades do charro e da cerveja.

Tenho saudades de cantar, saudades de ouvir, saudades de ver, saudades de sentir.

Tenho saudades de ti, saudades do teu sorriso, saudades dos teus olhos, saudades do teu ser.

Tenho tantas saudades quantas a minha vida me permite ter. Mas é saudade feliz, porque sei que já passei por tudo.

E sei que se quiser posso recordar tudo, mas a saudade é grande, de viver tudo outra vez... e eu quero... e vou... que saudades.

Se não te vir hoje...

Se não te vir hoje, não faz mal.

Se calhar a vida que nós temos não deixa que, por muito que queira, nos possamos encontrar ai por qualquer ponto deste mundo.

Se calhar eu tenho uma daquelas sortes que se tem quando se acerta em quase todos os numeros da lotaria menos no ultimo.

Se calhar tu nem sequer tens tempo ou paciencia para aturar as minhas delusões

Se calhar este frenesim que é a vida insiste em construir distancias entre nós e a cada passo que dou sinto que estou mais distante de ti

Ou se calhar é mesmo a vida a tentar dizer-me que, se calhar estou a ir pelo caminho errado.

E isso a mim que me importa??

Faço tudo por tudo para te ter. Corro montes e vales e praias e desertos para estar um segundo na tua presença. Tenho vontade de gritar à terra o quanto eu quero estar contigo.

Quero que todo o mundo saiba que não consigo estar longe de ti É insuportavel a distancia que nos separa... mas se não te vir hoje... não faz mal... faz pior...

Far away

If there is nothing you can do to prevent love from entering your life and revolve every single corner of your heart, than let it grab you from the ground and take you as far as it can... It's a hell of a ride.

And even if it takes you to places that you don't want to be, it will always take you to the place were you wish to stay...

All you have to do is open your mind to it and let it flow into you as the cool summer breeze.

And at the end of the ride, it doesn't matter if it was good or bad... it was always what you needed it to be.

It helps you to learn how to lead a better life.

Think about it...

Sorriso

Sentidos contrarios aos quais anseio e desejo percorrer, voam como rajadas de vento invernal por todos os lugares onde tenho vontade de estar.

Acho que o mundo gira do avesso... tudo me parece sem sentido, estupido, contrario, atroz e mau...

E nesse frenesim de aconteces, nesse mundo maluco, descubro-te, impavida e serena como se ignorante de todos esses complicados e esquesitos.

Ali vens, qual anjo Gabriel, pairando pelos problemas como se dentro de ti estivesse tudo o que necessitas para com um simples sorriso, mudar o sentido do mundo...

Aqui

Onde estou já é tempo de pensar, mas aqui a noite é temida... noite fria e escura.

E o caminho que tento percorrer nem parece feito para mim.

Mas por enquanto é o unico e sei que mais cedo ou mais tarde vou chegar ao lugar onde este caminho se vai dividir em mais... e aí sim estará seguramente algo ou alguém que me vai atirar para caminhos mais complicados e escuros.

Até lá tenho de percorrer este... cheio de sombras e negro, que me tolda a visão e me proibe de ver que afinal é só o caminho que está escuro... tudo o resto é luz.

E eu sei, mas tenho medo de sair do caminho para a escuridão...tenho medo de cair para onde não sei... tenho medo que não haja ninguem que me ajude a levantar... tenho medo de perder o caminho... mas a vontade de sair dele é tanta...tanta que vou sair... mas tenho medo...

It´s time

I am here, under this grey toned sky, under the falling rain, and it wets me to my bones.

But I am here... and you can see me, but it seems that you're too far away to grab my hand.

It is layed out to you, waiting for your sweet skin to touch it and capture the warmth of it.

Come away with me and I'll take you far away from this rain.

Into the sunny days that you so long await for.

Come away with me. I know the way.

Come away with me, it's time...

Será que sim... talvez...

É noite, fim de dia... ainda não está escuro, mas é aquela altura em que pensamos que mais um dia se passou na nossa vida sem no entanto podermos dizer que acabou... acabou por hoje. Se calhar não... espero impaciente que me dês uma prova de vida... de que estás aí, desse lado... e era bom, tão bom... Amanhã, se acordar sei que o primeiro raio de luz que invadir o meu pensamento, me vai levar até ti. E isso é mais do que suficiente para que queira ir dormir, já... mas não ainda não... podes chegar e eu não vejo, podes sair sem que possa dizer-te algo e isso atormenta-me... mas deixa-me tão feliz por poder sentir o que sinto... não sei o que é... mas é maravilhoso...