domingo, 6 de junho de 2010

Distante

Tenho uma mão cinza
neste meu dia de frio ardente.
Sai de mim um vento agreste
que voa pelo ar pardo.
Faz-se asco só de pensar no passado...
Já nem as cartas que te escrevi
guardo na caixa debaixo da cama...
Uma destas noites frias de verão,
queimei-as na lareira para me aquecer...
Guardei a caixa debaixo da cama,
agora vazia de passado...
Tenho uma mão fria
neste meu dia de cinza ardente.
E o cinzento da fogueira que agora
de lume já nada emana,
inunda o ar que se torna venenoso.
Tenho de sair...
Fugir do canto frio de cinza que me
tenta sufocar, e explodir no
dia que me espera...
Explodir de alegria...
Estou cá fora!!!
Vou sorrir bastante,
manter um ar distante
e esquecer quanto tempo faz.
Já não me prendes...

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