segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Um copo de vinho


Hoje o som do dia não se faz ouvir...
Ficou parado no espaço que o separa
da confusão da gente.
Nem o vento que passou pela praia
teve coragem de mostrar onde ia.
Nem a chuva se ouve,
a cair no chão e na janela do carro.
Nem as pessoas que falam na rua
se ouvem umas às outras.
Falam em surdina, para elas, com elas...
Viram costas e saem, cabisbaixas
pela rua abaixo, até desaparecerem
pela bruma que faz o silencio.
Hoje o som do dia, distraído,
nem se lembrou dos pássaros,
que de frio se esconderam de nós...
Hoje está um silencio calmo...
Lembra os dias em que um copo de vinho
faz esquecer tudo.
Lembra os dias em que um copo de vinho
nos faz recordar tudo...

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