terça-feira, 16 de novembro de 2010

A correr


Guarda-se o tempo como nada...
Como se nada se estendesse para lá
do que se quer crer.
O relógio conta...
Guarda-se a causa perdida,
por se saber perdida, mas,
sempre a pensar no resto...
O relógio conta...
Olha-se o tempo que passou
e não se olha o tempo que passa.
Perco-me nas memorias que guardo
no meu relógio de cuco,
que insiste em dar as horas
com aquele som parvo e repetido...
Guarda-se o som no meu pensamento.
Eco pelas paredes da sala
vazia e sem vida a não ser eu...
Vazio de nada...
E guardo a nada...
Olho para o relógio que conta e guardo
o tempo que passa...
A correr...

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