sábado, 13 de fevereiro de 2010

Dedos de papel


Dedos de papel...
Que fogem ao controlo das coisas
e remetem para onde os fugazes instantes da
fúria se demonstram e agigantam.
Dedos de papel,
sem o serem verdadeiramente,
são-no de uma forma tão firme e agreste,
que queimam de incerteza.
Dedos de papel,
que mostram aos outros o que vai na mente de pedra.
Dedos de papel,
que de papel se queimam tão facilmente
como fácil é para o Sol saltar
para o outro lado do mundo e deixar-te no escuro.
Dedos de papel
que dedilham um qualquer piano,
chorando melodias desesperadas de atenção
Dedos de papel
que fracos já nem se opõem à força da mão que os sustem
Dedos de papel
que em vão tentam segurar os grãos de areia,
que na tua palma,
anseiam pelo chão da praia...
Já não são nada.
São apenas dedos de papel.

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