terça-feira, 20 de julho de 2010

Sonho

O dia vomita os primeiros raios de luz...
À minha volta, um ar de cinza
e névoa envolve a praça e os bancos
ainda frios ao toque frágil
de uma mão cheia de nada...
Nada se move neste pormenor matutino...
Ao longe, onde me não alcança a vista,
estala o ribombar surdo de metal
a sulcar os carris do empedrado...
Bem de mansinho começa a desenhar-se
a silhueta do primeiro 28 da manhã...
Desce lento pela rua deserta...
Um laivo de amarelo que
se prontifica a pintar
a manhã fria da cidade...
É Domingo, e hoje queria passear
de mão dada contigo...
Queria ter-te ao meu lado.
Podermos descer eletrico
abaixo pela rua, invejosa
da nossa alegria...
Queria-te a subir o eletrico...
Chega à paragem ao de leve...
Entram os primeiros passageiros
e de repente a névoa foge-me
num corro pio de vento...
A Alma regressa em forma de sons
ao interior da carcaça de metal e madeira.
Sinto que como ele, também eu gostava
que a minha Alma acordasse deste
sonho de domingo...

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