quarta-feira, 3 de março de 2010

Alegria


Quando caminhas pelo jardim, mordem-me os lábios e serram-se-me os olhos
de sempre que o teu odor a flores e mel se cruza com o meu pensamento.
Quando descias a rua, as pessoas olhavam e não podia deixar de ver o sorriso que
aparecia nas suas faces de sempre que viam o teu cabelo ondular ao vento Suão...
Quando te vi pela primeira vez, nem te vi...
Estava cego por algo que me prendia o passo e o olhar,
e não me deixava viver...
Foste tu que qual Ser pleno de vida me deu a minha,
como quem deleita uma criança que brinca no jardim.
Foste tu que vieste ter comigo e me soltaste
das correntes que me prendiam ao chão.
Foste tu que me limpaste a escuridão do olhar
e com um suave suspiro,
Inspiraste vida no lado esquerdo da minha Alma...
Quando saíste Mundo fora, fiquei ciumento Dele...
Fiquei zangado por não te poder prender em mim
e para sempre te ter dentro do coração.
Mas depois deixei de ser egoísta e vi que afinal estás aqui.
E agora que te olho com olhos de ver,
nem consigo explicar a sensação que tenho no meu peito...
Algo que só tem lugar num momento, num determinado momento,
que nunca conseguimos prender à memoria...
É aquele baque que dá no peito de cada vez que
esperamos por algo de excitante que aconteça...
Aquele baque que sabemos ser bom...
Alegria, poder compreender-te...

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