domingo, 28 de setembro de 2008

Fevereiro 1990


A chuva bate, a rodos, contra a janela do carro. A cada gota que se esborracha contra o vidro, uma lagrima se solta destes olhos, já de si cansados de tanta injustiça.

Tudo nesse momento é em vão, todos os esforços são infrutiferos...

É mesmo real? A serio? Nunca mais?

Como pode uma pessoa viver o resto da sua vida sabendo, ou tentando compreender a falta que vais fazer??

Estou furioso contigo!!! Como foste capaz???

Partires assim, sem tempo, ao menos, de te despedires, sem um adeus sequer... nada??

Vais embora e deixas-nos, sozinhos aqui, nesta algazarra de mundo que nos obriga a ser grandes de repente e a aprender à força, por nós próprios a forma de lidar com esta revolta que cresce dentro de nós!!??

É injusto, horrivel, insano!!!

Mas depois penso... não foi tua a culpa, Mãe... sei que não querias partir, sei que a ti tambem bateu a mão pesada desse vulto misterioso a quem chamam destino... sei que que a culpa não é de ninguem, mas de alguem... algo que se chama vida... essa PUTA que insiste em estragar sempre o que de mais belo e terno nós conseguimos construir.

Tenho tanta vontade de ti Mãe... tanta que doi...

Mas a dor que sinto é boa e quente, porque sempre que a sinto, lembro-me de ti...

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